Pinguim colossal que viveu há 60 milhões de anos é descoberto na na Nova Zelândia
Uma nova espécie gigantesca de pinguim pré-histórico foi descoberta na Nova Zelândia e os ossos são tão grandes que o pesquisador que os encontrou, a princípio, não fazia ideia a que animal pertenciam. A descoberta foi publicada essa semana na “Nature Communications“.
O pinguim data do final do período Paleoceno, entre 60 e 56 milhões de anos atrás, e recebeu o nome científico Kumimanu biceae. Ele tinha 1,65 metros de altura, chegava a 1,77 metros de comprimento quando estava nadando e podia pesar até 100 quilos. Ele está entre os maiores pinguins já existentes, perdendo apenas para o antártico Palaeeudyptes klekowskii, que viveu no final do período Eoceno, tinha 2 metros de comprimento e chegava a pesar 115 quilos.
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Em comparação, o pinguim-imperador, o maior existente hoje na Terra, pode medir até 1,1 metros de altura e pesar, em média, 23 quilos.
O mais antigo
Mesmo não sendo o maior, o K. biceae é o pinguim gigante mais antigo já descoberto, explica o curador de vertebrados do museu Te Papa, Alan Tennyson, que descobriu os primeiros fósseis, em um artigo para o site The Conversation. “Kumimanu significa “pássaro monstruoso” em Māori, e biceae homenageia minha mãe, Bice Tennyson, que alimentou meu interesse em história natural”, conta.
Outros fósseis de pinguins gigantes são do mesmo período do P. klekowskii, o Eoceno, a segunda parte da Era Cenozóica – de 55 a 36 milhões de anos atrás. Os fósseis semelhantes descobertos até hoje têm entre 42 e 35 milhões de idade.
As duas espécies de pinguins do gênero Waimanu, que surgiram antes, não muito depois da grande extinção do Cretáceo-Paleoceno, eram muito menores e já mostravam sinais de perder a habilidade de voar.
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“[Haver] um pinguim que rivaliza com as maiores espécies de fósseis conhecidas anteriormente no Paleoceno pode indicar que o gigantismo nos pinguins surgiu pouco depois de essas aves se tornarem mergulhadores sem habilidade de voar”, escreveram os pesquisadores em seu artigo. “O gigantismo, portanto, pode ser uma característica inerente dos pinguins do Paleoceno, que pode ter evoluído logo após as restrições aerodinâmicas terem deixado de existir”.
Ossos enormes
Tennyson encontrou os restos fossilizados dentro de uma rocha em uma praia em Otago, na Nova Zelândia, e, inicialmente, não sabia qual era a origem deles. A pedra, que mostrava um pedaço do osso escondido dentro dela, ficou esquecida em uma prateleira de seu escritório por alguns anos até que, em 2015, os ossos começaram a ser extraídos.
No primeiro contato com os ossos, os pesquisadores neozelandeses e seus colegas alemães perceberam que se tratava de um pássaro – um pássaro bem grande. O lento trabalho de extração eventualmente revelou que o achado era um pinguim gigante, que pode ajudar a entender a evolução das primeiras espécies de pinguim. “Os ossos das nadadeiras, tronco e pernas estavam preservados e são verdadeiramente enormes”, escreve Tennyson.
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A extinção dos pinguins gigantes, cerca de 20 milhões de anos atrás, coincide com o aumento dos mamíferos marinhos. A expansão de focas, morsas e baleias passou a oferecer competição por alimento e terrenos de reprodução, além dos próprios pinguins passarem a fazer parte da dieta desses mamíferos. [Science Alert, The Conversation, Nature Communications]