Quais as chances da NASA encontrar vida em Marte desta vez?

Por , em 14.12.2018

A próxima missão da NASA à Marte deve pousar no Planeta Vermelho em 2021 com o objetivo específico de tentar identificar evidências biológicas de vida marciana.

E quais são as chances de finalmente a encontrarmos, desta vez?

Boas. Segundo cientistas da agência espacial norte-americana, pode ser mais fácil detectar sinais de vida antiga em Marte do que na Terra.

Questão de preservação

O robô da NASA estará em busca de pistas em rochas com talvez 3,9 bilhões de anos.

Confirmar a vida na Terra nessa idade é bastante difícil, mas Marte pode ter uma melhor preservação do que nosso planeta.

Tudo se resume aos processos dinâmicos que constantemente agitam e reciclam rochas na Terra – processos que podem apagar os vestígios de vida, mas que provavelmente não existiam no Planeta Vermelho no início de sua história.

“Não acreditamos, por exemplo, que Marte tivesse placas tectônicas da maneira que a Terra teve na maior parte de sua história”, disse Ken Williford, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA na Califórnia (EUA). “A maior parte do registro de rochas da Terra foi destruída por subducção sob a crosta oceânica. Até mesmo a rocha deixada na superfície é aquecida e espremida de formas que não devem ocorrer em Marte. Então, paradoxalmente, pode ser que as rochas mais antigas de Marte estejam melhor preservadas do que as rochas mais jovens da Terra”.

A missão

O novo robô pousará na Cratera Jezero, no equador marciano, onde observações por satélite sugerem que havia um lago profundo no passado.

Se micróbios um dia viveram dentro ou em torno desse corpo de água, as assinaturas de sua presença devem estar retidas em sedimentos que podem ser facilmente perfurados hoje.

Um dos principais alvos da missão serão os depósitos de carbonato que parecem se alinhar ao que teria sido a costa do lago. “Carbonatos são um tipo de mineral que se precipita na água. O que é realmente bom durante esse processo é que prendem tudo o que está na água. Então, tudo o que vive lá pode ficar preso dentro do mineral”, explicou Briony Horgan, da Universidade de Purdue em Indiana (EUA).

O ideal seria encontrar formações que se pareçam com estromatólitos, estruturas de carbonato que na Terra foram construídas por micróbios. O rover escolherá o local mais adequado ao longo da costa para coletar amostras que serão estudadas posteriormente na Terra.

Próximos passos

Ken Farley, cientista-chefe da missão, disse que a rota que o rover tomará após o pouso já está planejada.

O robô será equipado com um sistema de navegação sofisticado que lhe dará autonomia para trabalhar o melhor e mais direto curso entre os pontos de interesse.

Isso deve acelerar drasticamente a chegada a diferentes alvos científicos. “Em um bom terreno, estaremos dirigindo mais de 100 metros por dia”, disse à BBC News.

A NASA e sua contraparte europeia, a ESA, estão atualmente planejando uma missão conjunta para recuperar as amostras do rover até 2040, provavelmente no início da década de 2030. [BBC]

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