Que raça alienígena encontrará o disco da Voyager?

Por , em 18.09.2012

No último dia 5 de setembro, a missão Voyager, da Nasa, fez aniversário de 35 anos. Ambas as sondas lançadas em 1977 (Voyager 1 e 2) já estão a caminho de deixar completamente o sistema solar. Cada sonda carrega consigo o “Golden Record”, um disco (e sua respectiva agulha), feito de cobre e revestido a ouro, que apresentará imagens e sons da Terra a… Bem, essa é a grande questão. A quem?

Lá em 1977, os cientistas americanos lançaram as duas sondas com o objetivo de explorar Júpiter e Saturno. Depois, a Nasa se empolgou e ampliou a jornada até Urano, Netuno e Plutão. Terminado este objetivo, já em 1990, eles decidiram que queriam mais: em 2004, a Voyager 1 iniciou sua saída da heliosfera, a “fronteira final” do
sistema solar. Três anos depois, foi a vez da sonda gêmea Voyager 2. Neste momento, elas estão a cerca de 18 bilhões de quilômetros da Terra.

Na, digamos, “proa” de cada uma das sondas, foi colocado um disco feito de cobre. Funciona de forma muito parecida com um dos antigos vinis (toca com uma agulha, como se fosse em uma vitrola), mas tem o revestimento de uma placa de ouro (daí o nome Golden Record). Na placa, foi grafada uma explicação feita em desenhos que, espera-se, ajude os eventuais alienígenas que encontrarem o disco a conseguirem acessar seu conteúdo.

E que exatamente foi colocado neste disco? Um pouco de tudo. Os cientistas incluíram 116 imagens da Terra (algumas de paisagens e cenas cotidianas, outras de civilizações e monumentos), 20 sons da natureza, tais como o vento e a chuva, saudações da Terra em mais de 50 idiomas e até trechos da música de Beethoven e Mozart! (Você pode acessar o conteúdo completo do disco nesta página.)

É claro que isso pode não chegar nas mãos de alguma civilização em um futuro tão próximo. Por isso, os pesquisadores galvanizaram na placa de ouro uma amostra do isótopo urânio-238, que tem uma meia-vida de 4,5 bilhões de anos. Através dela, os extraterrestres poderão calcular a idade do disco.

Falta saber, portanto, quem seria candidato a encontrar todo esse material e descobrir que existe vida fora do planeta deles. Infelizmente, as chances são pequenas. O próprio Carl Sagan (cientista falecido em 1996, que coordenou a fabricação do disco) já afirmava à época do lançamento que eram pequenas as chances de que alguma nave espacial recolhesse a nossa “mensagem na garrafa” lançada no espaço.

Talvez as chances aumentem agora que as sondas estão prestes a sair do sistema solar. Alguns cientistas continuam extremamente céticos a esse respeito.

Quer ver o conteúdo do disco? Clique aqui. [Nasa/The Verge/NPR]

27 comentários

  • Edson Fernandes:

    Isso é muito legal

  • Marcos Ruas:

    Os ETs já desistiram de encontrar vida inteligente na Terra.

  • Filipe Alves:

    A humanidade ainda nao esta preparada para um encontro com algum tipo de vida extratestre,se eles estiverem nos observando estao aguardando o momento certo.

  • Murilo Mazzolo:

    Bom, se Alienígenas Colonizadores invadir nosso planeta, tem uma grande chance da culpa ser de uma dessas Voyager… kkkk

  • Marcos Vinicius:

    Que interessante. Ainda não sabia que o disco continha uma amostra de uma amostra do isótopo urânio-238 para uma possível datação.
    Realmente incrível.

  • Andre Luis:

    Pelo menos eles tentaram algo… Mas a sonda Voyager ainda envia sinais de vida? ainda tem alguma função dos seus mecânismos?

    • Augusto Cezar:

      Ela ainda funciona sim! E está mandando informações sobre a fronteira do sistema solar

  • Marlos Batista:

    Foi acelerado com a gravidade dos planetas.

  • John jones:

    funciona através de Pílulas de dióxido de plutônio mais informaçao tem naquele site http://hsw.uol.com.br/

  • John jones:

    voce tem razão

  • Jonatas:

    É melhor mesmo que nenhuma encontre. Não que os alienígenas sejam perigosos, na verdade até correm perigo vindo aqui. O fato real é que a humanidade não está preparada, não somos uma civilização interessante a nível cósmico, somos primitivos.

    • John jones:

      você tem razão cara temos que arrumar muita coisa se quisermos achar vizinhança

    • Guilherme Gomes:

      Olha, eu discordo e concordo com essa afirmação. Concordo porque nossa tecnologia ainda pode melhorar e se aperfeiçoar muito.
      Discordo, majoritariamente porque não temos nenhuma outra raça existente para comparar os nossos avanços tecnológicos. Até onde sabemos, somos únicos no Universo. Com que tecnologia nós iremos comparar??

    • Jonatas:

      A questão não é Tecnologia, é Civilização. Ainda temos guerras, estamos dividos em tribos, cidades e países, dogmas, religiões, status sociais, etc… Então, como um todo, a humanidade não chega a ser um civilização pois não existe uma união entre os povos, as diferenças impedem.
      Um visitante teria uma péssima recepção na dita maior nação do mundo, USA. Não importa quão boas seriam suas intenções, seria trancafiado numa jaula, vijiado 24 horas por dia, talvez dissecado como uma rã – segurança militar, e principalmente medo pelo que a história nos ensina: sobre o que acontece quando uma civilização encontra outra mais avançada.
      O melhor lugar ao visitante seria alguma tribo tibetana, ou algum outro lugar com pessoas espiritualmente bem desenvolvidas, essas lhe seriam os melhores anfitriões, sem dúvidas.

    • Mateus Felipe Martins Da Costa Cota:

      concordo com você em partes, eu no caso veria a chegada deles como uma enorme fonte de conhecimentos(se forem do bem) e adoraria ver uma nova raça alienigena inteligente, mas vejo que mais de 90% da população que são primitivos ao nivel de julgarem e ate baterem nos ateus(sei disso porque sou um) quando vissem uma raça alienigena mais inteligente que nos não consigo imaginar o que fariam

    • Jonatas:

      Índios os recebiriam como deuses, Americanos como uma ameaça mortal e pessoas inteligentes de verdade os receberiam com grande espectativa, humildade e respeito: melhores anfitriões. 🙂

    • William:

      O Planeta das crianças!

    • Erick R:

      Seu comentário se baseia em uma falácia: presumir que alienígenas são obrigatoriamente mais evoluídos que nós.

    • Erick R:

      Duas, na verdade. A segunda é exigir que a raça humana seja perfeita e ao mesmo tempo presumir que alienígenas são.

  • Gilmar Oliveira Ferreira:

    haha duvido muito, ao menos porque não botar umas coisas mais ilustrativa?

    Era mais fácil mandar um album de fotos.

    • John jones:

      verdade

  • Alessandro Andrade:

    Legal que a 4ª língua gravada entre as 55 línguas é o português.

    “Paz e felicidade a todos.”

    =)

  • Mateus Felipe Martins Da Costa Cota:

    muito interessante, mas alguem pode me explicar o tipo de propulsão usada por essas naves?

    • John jones:

      funciona através de Pílulas de dióxido de plutônio mais informaçao tem naquele site http://hsw.uol.com.br/ espero ter ajudado!

    • HFC:

      As naves foram lançadas com propulsão de combustível, por foguetes Titan 3E, que usavam como propelente Aerozine 50 e tetróxido de dinitrogênio. Para ganhar velocidade, as naves voyager utilizaram uma técnica de mecânica orbital chamada de gravidade assistida ou estilingue gravitacional. A técnica consiste em usar a atração gravitacional de um corpo massivo para acelerar o objeto.

      Vc pode ter uma ideia de como isso funciona com esta animação:
      http://galileoandeinstein.physics.virginia.edu/more_stuff/flashlets/Slingshot.htm

    • Tibulace:

      Essas sondas, viajam por INÉRCIA, há muitos e muitos anos, não possuem qualquer propulsão.Devem ter uma velocidade de cerca de 50 000 km/h e deverão demorar algo como MAIS DE MIL SÉCULOS, para chegar à estrela mais próxima.

    • Tigre:

      A Voyager 1, que é o objeto mais rápido criado pelo homem e que está viajando a aproximadamente 61 mil km/h, levaria cerca de 74000 (74817 mais especificamente, mas como a velocidade usada na fonte estava arredondada para 38000 mph, o resultado não é tão confiável) anos para chegar em Proxima Centauri, não chega a ser mil séculos como o colega disse, mais ainda é bastante tempo.

      As sondas Voyager se utilizaram da gravidade para obter a aceleração que tem agora. Ao fim das missões as quais foram designadas, tiveram que ser colocadas em uma órbita específica que passou por Júpiter, Saturno, Netuno e Urano para que fosse possível o uso da gravidade destes corpos para a aceleração das sondas (a chamada assistência gravitacional ou catapulta gravitacional).

      Só um detalhe, a posição desses planetas na época do lançamento das Voyagers não vai se repetir até a metade do século 22

      Fonda dos dados sobre o tempo que a Voyager levaria até chegar em Proxima Centauri é essa (recomendo ler): http://www.space.com/17619-how-interstellar-travel-works-infographic.html

      Mais sobre a assistência gravitacional (Na Wikipédia, em inglês, mas tem uma imagem que ilustra a trajetória das sondas Voyager 1 e 2): http://en.wikipedia.org/wiki/Gravity_assist

Deixe seu comentário!