Resistência a antibióticos pode causar desastre “apocalíptico”

Por , em 27.01.2013

O aumento de bactérias resistentes a antibióticos não é nenhuma novidade – só no ano passado, diversos alertas foram feitos por médicos e especialistas, e até pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre a iminente crise de infecções resistentes a drogas que pode acabar com a medicina moderna.

Agora, a diretora-médica da Inglaterra, Dame Sally Davies, afirmou que essa crise é comparável à ameaça do aquecimento global para nossa sociedade. Como existem poucos antibióticos para substituir os remédios que estão ficando comprometidos, no futuro, uma cirurgia de rotina pode se tornar mortal devido à ameaça de infecção.

Segundo os especialistas, este é um problema global que precisa de muito mais atenção.

Os antibióticos têm sido uma das maiores histórias de sucesso na medicina. No entanto, as bactérias são inimigos fácil e rapidamente adaptáveis que encontram novas maneiras de burlar as drogas.

Há crescentes relatos de resistência em cepas de E. coli, tuberculose e gonorreia nas enfermarias de hospitais de todo o mundo. Hoje em dia, só há um antibiótico útil para tratar a gonorreia.

“Podemos nunca ver o aquecimento global – o cenário apocalíptico atual é que, quando eu precisar de um novo quadril daqui 20 anos, morrerei de uma infecção de rotina porque nós não temos mais antibióticos funcionais”, argumenta Sally Davies.

“Não há um mercado para fazer novos antibióticos, de modo que, conforme essas bactérias se tornam resistentes, o que fariam naturalmente, mas que estamos acelerando por causa da forma como os antibióticos são usados, não haverá novos remédios”, explica.

Medidas urgentes

Se ninguém fizer nada, a Organização Mundial de Saúde prevê que o mundo caminhará para uma “era pós-antibióticos”, no qual “muitas infecções comuns não terão mais uma cura e, mais uma vez, matarão”.

“Esse é um assunto muito sério. Precisamos prestar mais atenção a ele. Precisamos de recursos para a vigilância, recursos para lidar com o problema e para obter informações públicas”, afirma Hugh Pennington, microbiologista da Universidade de Aberdeen (Escócia).

As empresas farmacêuticas estão ficando sem opções. “Temos de estar cientes de que não vamos ter novos remédios milagrosos, porque simplesmente não há nenhum”, alerta.

Enquanto os cientistas não descobrem uma solução para esse problema, as pessoas podem fazer a parte delas especialmente não tomando antibióticos sem ser absolutamente necessário. O uso desses medicamentos em casos desnecessários faz com que diversas variedades de bactérias se tornem resistentes aos antibióticos modernos.[BBC]

18 comentários

  • Dinho01:

    Os cientistas já determinaram que a questão não é SE teremos uma pademia mas QUANDO teremos essa pandemia. Nossa ignorância em usar tantos anti-bióticos nos levoua a isso.

  • Georges Le Brun Vielmond:

    Não sei se meu comentário tem algum valor. Raramente (raramente mesmo)tomo um antibiótico cujo efeito é imediato ….além de me baixar a temperatura para 34,5 º me deixando num estado de prostação bastante desagradável. Meu remédio comum é o aspirina ( talvez uma duzia POR ANO)para melhorar o sono.Vic pirena no início de um resfriado (raro tbm). Deve significar que meu sistema imunológico é amparado por não ser exposto a os
    antibióticos ?? Esse fato, segundo me parece, não explica tudo.

  • Jonatas:

    Por tempo a característica egocêntrica do ser humano, religiões, filosofias e posteriormente o progresso científico, nos fez achar que somos os senhores do Planeta, mas o fato de sermos muito mais evoluídos que as formas de vida mais simples que saturam o meio ambiente nos deu a falsa ilusão de controle sobre a biosfera. Uma irrecusável verdade biológica é que quem determinou a origem, influenciou a evolução e uma boa parte das extinções de todos os seres vivos complexos sempre foram os seres vivos mais simples.
    Nós vimos filmes e ficções sobre Apocalipse Zumbi, Extraterrestre, Vulcânico etc… Mas agora, vem aí um novo (não tão novo assim…) tema de fim de mundo para as febres apocalípticas: O Apocalipse Bacteriano (corrijam-me se me enganei, mas os Apocalipses biológicos dos cinemas tem sido em sua maioria Apocalipses Virais).
    Não, isso não vai acontecer. As bactérias mandam na Biosfera, mas estão topando de frente com uma praga igualmente infecciosa e adaptável, nós. Milhões de mortos, foi o preço que já pagamos pela virose mais medonha da história, a Gripe, e para a doença bacteriana não menos aterradora, a tuberculose – e mesmo ela não nos levou à extinção, mas à evolução que prosseguiu. Aí venho a medicina moderna e com o tempo, nos adaptamos tanto a ela que ficamos praticamente seres mais medicinais do que naturais – e isso sim, é o que realmente está assustando a comunidade mundial: Não é o fim da medicina, mas uma mudança de paradigma – não existe cura e imunidade definitiva – como os antibióticos e as vacinas nos fizeram pensar -, mas sim uma queda de braço contínua entre a adaptação dos microorganismos e a adaptação de nossos processos medicinais.
    E enquanto quisermos viver neste Planeta, imersos nesse oceano de organismos, esse será o preço. No presente, lutando usando vacinas, no futuro, usando nanorobôs. O que fazemos em laboratórios não é tão diferente daquilo que todos os organismos vivos, mais precisamente os seus genes, fazem à bilhões de anos – não estamos separados da biosfera, estamos no mesmo processo de luta pela sobrevivência.
    Quando essa luta acaba? Só existem duas maneiras: o fim da humanidade, pois as bactérias não precisam de nós tanto quanto precisamos delas e a própria biosfera precisa delas, ou a nossa saída do Planeta e da própria função biológica, tornando-nos formas cibernéticas.

  • Frank Oddermayer:

    Se o título dessa matéria pode (e deve) ser traduzido para “População humana corre o risco de ser reduzida a 1 bilhão de pessoas!”
    – VIVA, SALVE, SALVE (!!!). A natureza e o planeta Terra estarão salvos, e, conseqüentemente, a própria raça humana.

    • Cristiano Quintela:

      Sim, vamos matar todos os seres humanos para salvar o brócolis da extinção parece ser bem sensato.

    • Dinho01:

      Pode parecer algo meio cruel de se pensar mas a verdade é que o ser humano está destruindo e esgotando a capacidade do Planeta em sustentar a vida.A ONU já divulgou um relatório dizendo que a Terra só suportaria uma população de 10 bilhões de pessoas e que podemos alcançar esse número em 40 anos.Se a própria espécie humana não controlar seu crescimento populacional,a Natureza vai dar um jeito.Acontece isso com todas as espécies.

  • Walter Bigoni:

    A pra que irei me procupar eu sou crente tenho fé Deus é mais ,quano eu pegar um virus ,vou na igreja ,levo uma caixa de antioticos ,eles unge,e quero ver ,qualquer deste bichinhos me pegar,meu Deus é maior ,sem fé ninguem vevi…Tenho serteza absoluta ,eu tinha uma dor de cabeça direta nao tinha o que paçace,levei uma cartela de parasetanol pro meu pastor ungi dai uma semana paçou toda dor ,é nun é num 1 milagri…

    • André Luiz:

      Hmm.. mistério resolvido, os cientistas querendo encontrar uma maneira de lidar com o problema, mas a resposta estava no seu pastor, que fácil, um problema a menos para a humanidade.

      Só me pergunto, como antibiótico mata vírus ?
      É, você tem razão, é realmente um milagre.

    • André Luiz:

      hahahha, acho que tu tava trollando apenas, achei que tu fosse doido suficiente para acreditar que o pastor pode potencializar os remédios

    • Rafael Marques:

      piada isso?

  • neutrino:

    Dizem que não demora muito tempo, a nanotecnologia vai fabricar minusculos robôs que viajarão pela corrente sanguinea e eliminarão qualquer vírus que a pessoa estiver no corpo.
    Não vou colocar o link aqui sobre esse assunto mas quem tiver interessado é só procurar nos buscadores sobre nanotecnologia. Tem um sujeito muito famoso que trata desse assunto o nome dele é aubrey de grey.
    Diz ele que a humanidade viverá eternamente. tem até um nome para essa fase : singularidade.
    É só pesquisar também.

    • Rafael2:

      Boa, Neutrino! E que venha esse futuro logo!!!

  • Danilo Moço:

    É a seleção natural agindo minha gente,o que os antibióticos fazem é selecionar indivíduos mais resistentes, os mais fortes adquirem resistências a determinsados antibióticos,então as pessoas as pessoas tendem a tomar antibióticos ainda mais fortes para combatê-los.Algo parecido acontece com as lavouras com a utilização de agrotóxico,as pragas vão adquirindo cada vez mais resistência!!

  • gloria:

    Ouço isso desde q era pequena, e até agora só vi aumentar a explosão demografica no mundo, a história nus mostra q a natureza é seletiva, os fracos vão e os fortes permanecem, ,se as bacterias e virus ficarem resistentes, os seres tbm desenvolverão resistencias as bacterias e aos virus, um dia tudo tende a findar , mas sei q sempre haverá um recomeço, essa história de medicina perder a capacidade de descobrir novos medicamentos é conversa fiada , ninguem fica p\ semente mesmo um dia todos irão morrer c\ ou sem a medicina.

  • breno:

    Vi um argumento no texto que eu já vi antes que diz que o uso de antibióticos deve ser evitado para não criar variações resistentes. Minha dúvida: por que isso aconteceria? Vamos dizer que exista uma espécie de agente patógeno A sensível ao antibiótico e um segundo B que sofreu uma mutação e se tornou imune ao antibiótico. Ao consumir os antibióticos haveria uma seleção natural e só restaria o patógeno B. Mas no cenário em que não usássemos os antibióticos, continuaria existindo B do mesmo jeito e ainda existiria o A.

    • Eduardo Cunita:

      Não nesse caso. Uma pessoa infectada possui bactérias sensíveis ao antibiótico e bactérias resistentes mas não imunes. Durante a metade do tratamento a pessoa passa a se sentir bem e interrompe o tratamento, as bactérias sensíveis foram mortas, mas as resistentes não, essas acabam passando a resistência para as próximas gerações. Conforme esse processo se repete,as bactérias ficam cada vez mais resistentes ate surgirem bactérias imunes.

    • breno:

      Hmmm faz sentido! Obrigado Eduardo. Eu estava pensando em encontrar uma explicação fazendo uma analogia com animais mais complexos. Em um ambiente em que dois predadores competem pelo mesmo alimento, um acaba se sobressaindo, mas desisti da idéia por não fazer muito sentido no mundo microscópico.

    • kid redman:

      É isso: esse é o segundo motivo para nunca parar um tratamento na metade do caminho !

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