Rússia sai na frente e apresenta a primeira arma hipersônica do mundo

Por , em 29.12.2019
Míssil em teste no final de 2018

Uma nova arma se tornou operacional na sexta-feira, o ministro da Defesa da Rússia informou ao presidente Vladimir Putin. A arma que pode voar 27 vezes mais rápido do que a velocidade do som reforça a capacidade de ataque nuclear do país. A Rússia agora tem uma nova classe de arma, contra a qual outras forças militares não podem se defender.

A arma hipersônica Avangard é lançada do topo de um míssil balístico intercontinental. Mas enquanto ogivas de mísseis comuns seguem caminhos previsíveis após a separação, o Avangard pode fazer manobras bruscas na atmosfera. Isso dificulta o trabalho de interceptar a arma a caminho de seu alvo.

Putin falou sobre essa capacidade do Avangard em discurso em março de 2018, quando disse que “ele se dirige ao alvo como um meteorito, como uma bola de fogo”. A nova arma é produzida com novos materiais para suportar temperaturas de até 2.000 ºC. Ela carrega uma arma nuclear de até 2 megatons.

Passou no teste

O Avangard foi lançado da base de mísseis Dombarovskiy, ao Sul dos Urais, em dezembro de 2018, quando atingiu um alvo de treinamento localizado no campo de tiro de Kura, em Kamchatka. A distância percorrida foi de 6.000 km.

No mês passado, o Ministério da Defesa informou que foi realizada uma demonstração do Avangard para uma equipe de inspetores dos EUA. Isso faz parte de medidas de transparência de acordo com o tratado de armas nucleares New Start entre as duas nações.

Outras armas

Outra arma hipersônica de menor alcance já havia sido encomendada por militares russos. Carregado por caças MiG-31, o Kinzhal (Dagger) entrou em serviço, ano passado, na Força Aérea Russa.

De acordo com Putin eles voam dez vezes mais rápido do que a velocidade do som e têm alcance de mais de 2 mil quilômetros. Eles podem carregar uma ogiva nuclear ou convencional. Os militares informaram que é possível atingir tanto alvos terrestres quanto navais.

Os Russos se adiantaram, mas chineses também trabalham em armas hipersônicas, embora menos rápidas. Já o secretário de defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, afirmou que em alguns anos o país deve ter sua arma hipersônica.

Putin considerou o Avangard um avanço tecnológico comparável com o lançamento soviético do primeiro satélite, o Sputinik, em 1957. Naquele momento, outra nação se adiantou em relação aos Estados Unidos. [Futurism, The Associated Press]

9 comentários

  • Alessio Spartaco:

    Odesenvolvi de lasers de alta energia prenunciam o fim do míssil balístico como uma arma de guerra. Isto vem sendo predito desde os 1960s. E eles já estão se tornando operacionais em Israel e sendo testados em navios de guerra da marinha dos EUA. Curiosidade: Vide o filme “Diamonds are Forever” (1971) e o romance sci-fi “Congo” (1980) de Michael Crichton, capítulo “Guerra à velocidade da luz”.

    • Cesar Grossmann:

      Não sei, Israel tem um sério problemas com a vizinhança que vive jogando mísseis sobre seus cidadãos, e eu não vi ainda eles instalando uma tecnologia de interceptação de mísseis usando laser.

  • Bruno Leandro de Souza:

    o Laser UV intercepta com precisao de 99%, pois o UV (Ultra-violeta) desmancha qualquer metal em piscar de olhos.

    • Bruno Leandro de Souza:

      E o UV pega longe.

    • Cesar Grossmann:

      “Precisão” significa acertar o alvo, e o UV não “desmancha qualquer metal em piscar de olhos” – senão não dava para usar metal durante o dia… Agora se for um laser de UV, talvez seja o caso, mas tem que ser um laser bem potente. Não é por que é UV que o laser magicamente detona tudo que tiver pela frente, mas é pela energia do feixe de laser.

  • Elias Gomes:

    mas o poseidon tem ogiva de 100M

  • silviojbmaia:

    ” A Rússia agora tem uma nova classe de arma, contra a qual outras forças militares não podem se defender. ”

    Muito bem chegado esse inevitável freio à boçalidade prepotente porralouca trumpista, para a possível paz neste mundo de boçais, posto que os russos muito dificilmente seriam capazes de um desatino peculiar das mentalidades trumpistas.

    • Alessio Spartaco:

      Vc se engana. Essa boçalidade, como vc classifica a atitude norte-americana, tem o respaldo da poderosa economia dos EUA. Nada se compara ao seu investimento de bilhões de dólares (podendo, se quiserem chegar à casa do trilhão) em setores estratégicos. As forças armadas dos Estados Unidos terão equipamento similar ou melhor em pouquíssimo tempo. Os analistas abalizados sabem que os russos não poderão mais equiparar seu complexo industrial militar com o dos americanos. É o último suspiro dos russos. Eles terão agora que propor acordos de desenvolvimento militar com os chineses que eventualmente serão a hiperpotência do século XXI.

  • Cesar Grossmann:

    Uma nova Guerra Fria? Uma nova Corrida Armamentista? Ou é apenas mais um capítulo da velha história?

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