Takanakuy – festival de lutas do Peru
Natal: tempo de paz, amor, caridade, solidariedade… Certo? Para as pessoas da comunidade Chumbivilcas, perto de Cuzco, Peru, não. O natal é na verdade a oportunidade perfeita para resolver seus problemas à moda antiga (ou seja, na violência).
“Takanakuy”, que significa “quando o sangue está fervendo”em quíchua, um dos dialetos mais antigos do Peru, é uma celebração anual que dá às pessoas a chance de resolver diferenças pessoais com membros de sua comunidade.
O festival é uma tradição indígena que tem muito a ver com a honra da família, a reputação e a desconfiança no sistema judiciário. Takanakuy é visto por muitos como a única maneira de acertar as contas antes do Ano Novo.
Todo 25 de dezembro, homens, mulheres e crianças se reúnem na arena local onde se envolvem em lutas implacáveis, supervisionadas por autoridades locais que atuam como árbitros.
Muitos dos combatentes cobrem seus rostos com tradicionais máscaras de esqui coloridas e penduram diversos bichos (de pelúcia) em cima delas, para assustar os adversários. Os homens normalmente trocam socos, mas em lutas femininas o chute é muito popular.
Incrivelmente, lesões são raramente relatadas. Os lutadores não podem bater em seus oponentes enquanto eles estiverem no chão, e correm sério risco de serem castigados caso se esqueçam dessa importante regra. Alguns lutadores deixam a arena com sangue escorrendo da boca e nariz, mas nenhum guarda rancor (talvez porque saibam que tem a chance da revanche no ano seguinte).
Ressentimentos antigos não são a única razão para as pessoas lutarem durante o Takanakuy. Alguns querem apenas provar a sua coragem e habilidades de combate, enquanto outros querem ganhar o respeito da comunidade, ou deixar sua família orgulhosa.
O Takanakuy, para outros povos, pode parecer apenas uma exposição irracional de violência. Para o povo de Chumbivilcas, é uma parte importante do seu patrimônio cultural. Não importa quais problemas eles tenham uns com os outros, os lutadores sempre se abraçam antes de uma briga, trocam alguns golpes, e depois colocam tudo para trás e se tornam bons amigos novamente. É uma maneira simples e eficaz de se livrar de energia negativa. Quem sabe se não fosse assim no mundo inteiro, os números de criminalidade não diminuíram.
11 comentários
Ser ignorante não é uma virtude, mas concordar com tudo que existe é idiotice, não me refiro a matéria que aliás até achei curioso. abraço Vee D..
isso é um absurdo, essas criaturas estão sendo motivadas a se matarem sem motivo, cada louco que me aparece…
Haihauiads eles lutam mau demais, um cara com o mínimo de noção de arte marcial da pau na maioria
Melhor no murro do que na bala.
Tyler Durden ficaria orgulhoso… quem leu ou assistiu Fight Club sabe do q estou falando.
acho isto mais saudavel que pessoas que tiram suas diferenças juntando amigos para bater em grupo em uma pessoa sozinha como fazem torcidas e gangs.quem entra na luta tem pelo menos coragem ,pra ganhar ou perder.concordo com a reportagem melhor resolver desta maneira do que bala ,como muitos fazem em vez de procurar ajustiça ou o bom censo(há sou contra a violência)
@reginaldo: A curiosidade foi inúmeros vezes a base da ciência. Não se esqueça que o Kung Fu, da qual 99% das outras artes/sistemas derivam, nasceu da nescessidade dos monges Shaolins de se defenderem.
Ser ignorante não é uma virtude.
Abraços.
eu tambem fazia isso quando era menino
Saõ admiráveis os métodos científicos envolvidos nesta matéria.
Se fizermos algo parecido aqui, quem perder procura logo a Justiça, denunciando lesões corporais e pedindo indenização.
ho ho ho ho.. isso não é exclusividade deles, eu e meus amigos fazemos isso direto e nenhum de nós deixou de ser amigo por isso. Só que não fazemos isso no natal, passar o reveillon com a cara amassada não é bonito para as fotos de fim de ano.