Táxis voadores de um dos criadores do Google estão prontos para exibição
Os moradores da ilha Sul da Nova Zelândia têm visto algo estranho voando por lá desde outubro de 2017. Ele decola e pousa como helicóptero mas voa como um avião. Olhando do chão, fica difícil saber se ali tem um piloto humano ou não.
Esta pequena nave tem feito uma série de voos-teste por uma empresa financiada por Larry Page, o co-fundador do Google e agora chefe-executivo do Alphabet. Este companhia chama-se Kitty Hawk e é dirigida por Sebastian Thrun, que ajudou no desenvolvimento do carro autônomo do Google.
O aviãozinho-helicótero é totalmente elétrico e deve ser o primeiro táxi voador autônomo do mundo. O próprio Uber também sonha em conquistar os céus do mundo, e publicou em 2017 o plano “Uber Elevate”, também com aeronaves VTOL (Vertical Take-Off and Landing, ou Decolagem e Aterrissagem Vertical).
A intenção de Kitty Hawk é ser mais rápido que o Uber e colocar suas naves em funcionamento logo. Parte da estratégia dessa corrida foi esconder a verdadeira identidade da Kitty Hawk; até então, a empresa assinava os testes com o nome de uma empresa parceira, a Zephyr Airworks.
Nesta terça-feira (13), o projeto finalmente foi anunciado publicamente. Page e a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciaram um acordo para testar os aviões autônomos como parte de um processo de certificação oficial. A intenção é que uma rede de táxis voadores entre em operação no país até 2021.
Este acordo é um grande passo em direção à comercialização dessa tecnologia, que mesmo nas previsões mais positivas só entraria em operação ao redor de 2028. Assim, a Nova Zelândia espera passar na frente de vários países que também estudam a implantação desse tipo de táxi, como China e EUA.
Em um e-mail ao New York Times, Arden afirmou que a decisão de trabalhar com a Kitty Hawk é uma tentativa de dizer ao mundo que o país está aberto para pessoas com grandes ideias que querem ver virar realidade.
Outros países no Oriente Médio e África têm permitido voos sem pilotos e podem ser um dos primeiros países a estrear a tecnologia. O passo dado pela Nova Zelândia, porém, pode ser inspiração poderosa para que a legislação dos EUA seja revisada para permitir este tipo de voo (atualmente apenas testes são permitidos).
Outras empresas envolvidas em projetos semelhantes são a Boieng e a EHaug, da China.
Informações técnicas
O aviãozinho é chamado de Cora e tem 10,9 m de envergadura com 12 rotores que funcionam à bateria. Ele pode voar 100km e carrega dois passageiros.
Um aplicativo está em desenvolvimento para que os passageiros possam chamar os aviões da região.
A Kitty Hawk não pretende vender os veículos, e sim ser dona e operar a rede diretamente. [New York Times]
Conheça o Cora e veja-o voando na Nova Zelândia no vídeo abaixo: