Estudo mostra que todo mundo pensa que os ateus são imorais, até eles mesmos

Uma equipe internacional de cientistas analisou o que é chamado de “desconfiança moral” dos ateus, um preconceito que existe em todo o mundo.
3.256 pessoas de 13 países diferentes participaram da pesquisa. Os cientistas descobriram que o preconceito existe não somente entre pessoas religiosas, mas até mesmo entre ateus, em países tanto religiosos como seculares.
Conclusão: embora a religião tenha desempenhado um papel importante em inúmeras guerras, conflitos, ataques terroristas, assassinatos e genocídios, as pessoas ainda parecem associá-la à moralidade.
Vale notar que a amostra do estudo pode não refletir um mundo tão grande e diverso quanto o nosso.
A pesquisa
A tarefa dos participantes era simples: eles tinham que ler um texto sobre um menino que torturava animais, e depois passava a assassinar e mutilar pessoas sem-teto quando adulto.
Em seguida, os voluntários responderam a perguntas sobre as crenças religiosas do homem, de uma forma projetada para que não tivessem que especificamente escolher se o assassino era crente ou não, o que poderia aumentar o viés negativo.
Em vez disso, alguns participantes decidiram se o homem era um professor, ou especificamente um professor que acreditava em Deus, enquanto outros decidiram se o homem era um professor ou especificamente um professor ateu.
Ateus = imorais
Os participantes vieram de países como Austrália, China, República Checa, Finlândia, Hong Kong, Índia, Ilhas Maurício, Holanda, Nova Zelândia, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.
Enquanto o preconceito contra ateus variou entre os países, as pessoas sempre eram mais propensas a dizer que o homem era um professor ateu do que a dizer que ele era religioso.
Mesmo em países mais seculares, a religião aparentou ainda ter deixado uma marca profunda e permanente sobre as intuições morais humanas – e isto parece ter a ver com a crença específica em Deus, e não com descrenças gerais.
Se você é ateu, no entanto, não precisa se preocupar. Este é apenas um estudo científico, e não necessariamente um reflexo de como as pessoas realmente agem no mundo real.
“O ateísmo raramente é a única informação conhecida sobre as pessoas com quem interagimos. É possível que, quando incluído na informação social que os indivíduos coletam naturalmente, o ateísmo será percebido como menos indicativo de comportamento imoral”, disseram Adam Cohen e Jordan Moon, psicólogos da Universidade Estadual do Arizona, envolvidos no estudo. [Gizmodo]
4 comentários
A moral (lembrem-se: o moralismo é imoral) é estudada no eixo ocidental eurocêntrico há mais de 2500 anos e fora dele há mais de 5000 mil anos, portanto é de longe uma ignorância achar que “o bem” (discutido na disciplina da moral) seja privilégio e tenha morada exclusiva das religiões, o que a história mostra tranquilamente que foi exatamente o contrário.
Quando não sou imoral, sou amoral. Se faço o bem, não fui eu que fiz. Se faço o mal, de qualquer forma, ajo errado. Mas ser bom, nunca.
Esse serial killer tinha problemas psicológicos que nem se fosse um religioso praticante ele poderia controlar seu próprio comportamento.
É um serial killer hipotético. Não é necessariamente a história de alguém real.