Transplante neuronal pode curar obesidade
Um transplante neuronal, efetuado em ratos, reconstruiu partes danificadas do cérebro dos animais, o que aumenta a esperança de um dia ajudar no tratamento de medula espinhal, mal de Parkinson e outra condições cerebrais.
Jeffrey Macklist e seus colegas da Universidade de Harvard pegaram neurônios de embriões de ratos, marcados com uma proteína fluorescente. Eles os usaram para reparar um circuito cerebral envolvido na ingestão de comida e peso corporal em ratos com problemas de nascença, que acabam desenvolvendo peso acima do normal. A área danificada tem relação com o hormônio leptina, que inibe o apetite e estimula o gasto de energia.
Os neurônios fluorescentes sobreviveram ao transplante, integraram-se ao cérebro, e diferenciaram-se em neurônios maduros que conseguem se comunicar para controlar a leptina, a insulina e a glicose – sugerindo que eles repararam o circuito com problema. Após o processo, os ratos obesos perderam 30% do peso corporal.
“Esses neurônios embrionários foram ligados com menos precisão do que o natural, mas isso não parece ter importado”, afirma um dos membros do grupo, Jeffrey Flier. “Eles são como antenas que logo pegam o sinal da leptina”.
A próxima questão é se os neurônios transplantados podem ser usados em outros circuitos cerebrais complexos, envolvendo doenças ou danos cerebrais, que podem estar ligados a sinais oriundos de outros neurônios. “Podemos reconstruir circuitos nos cérebros de mamíferos? Eu suspeito que sim”, afirma Macklis.[NewScientist]