Um ano depois de transplante de face pioneiro, americano diz que tem sua vida de volta
O ex-bombeiro Patrick Hardison sofreu por 14 anos com dor, procedimentos médicos e olhares assustados de desconhecidos. Finalmente, em agosto de 2015, ele passou por uma cirurgia pioneira para receber um novo rosto depois de sofrer queimaduras gravíssimas na cabeça em um incêndio em 2001.
“A cirurgia trouxe minha vida de volta”, resume o norte-americano do estado de Mississipi. Um ano depois do procedimento, ele conta mais sobre sua rotina. “Tenho um dia comum como qualquer outra pessoa. Isso me permitiu fazer coisas com minha família que não conseguia. Não posso descrever o senso de liberdade que tenho ao levar meus filhos de carro para a escola”, diz ele. Neste verão, a família passou as férias nos parques da Disney.
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Jornada no último ano
Desde a cirurgia, Patrick passou por pequenas operações para ajustar suas novas pálpebras e lábios, para remover a sonda de alimentação de seu abdômen e o tubo de respiração de sua traqueia, além de remover excesso de pele.
“A habilidade de evitar qualquer episódio de rejeição nos primeiros 12 meses é muito notável”, aponta Eduardo Rodriguez, cirurgião plástico responsável pelo transplante que aconteceu no NYU Langone Medical Center.
As imagens valem mais que mil palavras: ao avaliar as imagens mais recente de seu rosto, é impossível adivinha que ele passou por queimaduras tão graves quanto as que enfrentou em 2001.
“As pessoas não me encaram mais, as crianças não fogem mais de mim. Sou um homem normal. Agora, quero ajudar outros a conseguir este tipo de cirurgia, especialmente colegas bombeiros e membros das forças armadas. Definitivamente há esperança”, avalia.
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O procedimento
Patrick recebeu o rosto de um doador jovem que morreu em um acidente de bicicleta. A doação só foi aprovada depois que a equipe médica verificou que a altura, peso, tom de pele, cor de cabelo e tipo sanguíneo entre os dois eram compatíveis. A operação levou 26 horas e envolveu mais de 100 pessoas trabalhando em duas equipes.
Ele tinha 50% de chance de sobreviver ao procedimento, e seu sistema imunológico poderia atacar seu novo tecido. Para evitar esta possibilidade, ele vai depender de imunossupressores pelo resto da vida.
Primeiro, o rosto cheio de cicatrizes de Hardison foi retirado, antes que a nova face fosse conectada às suas estruturas faciais profundas, como músculos, veias e terminações nervosas.
Por estar conectado aos seus ossos e músculos, o tecido facial do doador se moldou à sua fisionomia, permitindo que ele ainda tenha características de sua aparência original, de antes do acidente.
Patrick deve se encontrar com a família do doador, David Rodebaugh, neste segundo semestre de 2016. [IFLScience]
Confira o vídeo produzido pelo NYU Langone Medical Center sobre a recuperação de Patrick Hardison: