10 peixes que podem fazer coisas extraordinárias

Por , em 16.10.2014

Os peixes são subvalorizados. Claro, muitas pessoas gostam de comê-lo, mas ninguém acha que devemos ser mais legais com eles, parar de furar seus rostos com ganchos e enterrá-los propriamente ao invés de jogá-los na privada.

Injusto. Peixes são criaturas incríveis com uma vasta gama de habilidades verdadeiramente surpreendentes. Confira:

10. Peixe-dragão preto


Como a maioria das criaturas que chamam a esmagadora profundidade de 600 metros abaixo da superfície de casa, o peixe-dragão preto tem órgãos luminosos para sinalizar outros de sua espécie de sua existência, bem como para atrair presas. Também pode piscar para assustar predadores. Em resumo, é um peixe que pode brilhar uma grande quantidade de luz de diferentes partes do seu corpo para diversas finalidades. Mas nada disso é tão legal quanto a sua visão ninja. A maioria dos peixes das profundezas não pode ver a cor vermelha. O vermelho não viaja muito longe debaixo d’água, por isso a bioluminescência é geralmente azul ou verde. O peixe-dragão usa essas cores, mas também brilha na cor vermelha. Uma vez que outros peixes não podem ver a luz vermelha, ele tem uma lanterna invisível para procurar presas. Teoricamente, o peixe-dragão não pode ver vermelho também, mas ele tem um sistema de visão complicado que usa um derivado da planta clorofila para converter a luz de volta para um espectro que ele pode perceber. Como um peixe conseguiu incorporar a genética de uma planta em sua visão é uma questão que intriga profundamente a ciência.

9. Acará zebra


Peixes acarás zebras adultos nunca saem de suas tocas. Na verdade, os pesquisadores os estudam há anos e ainda não sabem exatamente o que eles comem. É provável que seus milhares de filhotes os alimentem. Durante o dia, os pequenos saem da toca juntos e empanturram-se de plâncton. Então, quando a noite cai, eles retornam à toca onde os cientistas acreditam que eles alimentam os peixes adultos, tornando este o único exemplo na natureza onde as crianças cuidam dos mais velhos. Os filhotes foram vistos nadando e, em seguida, deixando algo na boca de seus pais, mas ninguém sabe o que exatamente eles estão fazendo. Estão regurgitando, defecando ou uma terceira coisa que é, possivelmente, ainda mais nojenta? Mistério.

8. Peixe elefante


Todo mundo sabe que os peixes conversam, certo? Os cientistas descobriram que a piranha, por exemplo, faz pelo menos três sons distintos para se comunicar com seus arredores. Na verdade, a maioria dos peixes é muito vocal e se comunica entre si o tempo todo. Mas o peixe elefante tem talvez um dos métodos mais incomuns para troca de informações: eletricidade. Normalmente, esses animais usam eletrorrecepção para perceber seu ambiente. Eles geram uma carga elétrica e a usam como sonar para encontrar seu caminho. Os cientistas também descobriram que essa rara capacidade de gerar e sentir a eletricidade deu aos peixes elefantes uma nova forma de comunicação. Existem mais de 200 espécies desses peixes, e todos eles produzem um campo um pouco diferente. Todos podem sentir as correntes uns dos outros para distinguir as espécies. Eles também podem determinar o sexo e status social do peixe pela eletricidade. Os machos ainda fazem “serenata” para as fêmeas usando as menores frequências do zumbido, ou seja, é um peixe que canta uma música elétrica.

7. Peixes-donzela


Uma espécie de peixe-donzela, o Stegastes nigricans, tem um sistema digestivo muito fraco. Ele não tem os órgãos para moer plantas fibrosas como outros peixes-donzela e não possui as enzimas digestivas para comer a maioria das algas que encontra. No entanto, ele pode comer a alga vermelha Polysiphonia, o que seria ótimo se ela não fosse uma espécie que não sobrevive muito bem na natureza, deixando outras algas a matarem. Parece uma receita perfeita para a extinção, mas o Stegastes nigricans é realmente muito bem sucedido. Isso porque cultiva Polysiphonia. Sim, você leu certo: esses peixes-donzela já foram observados defendendo suas “fazendas” de algas de invasores e retirando de perto algas menos palatáveis. Polysiphonia, mesmo sendo comida, se beneficia desse regime também. Experimentos têm mostrado que, sem os peixes por perto para cuidar delas, as plantas rapidamente morreriam. As duas espécies tornaram-se quase completamente dependentes uma da outra.

6. Bodião limpador


O bodião limpador é o empresário mais bem-sucedido dos recifes de coral. As listras azuis brilhantes na lateral de seu corpo anunciam seus serviços para outros habitantes dos mares: limpeza e higiene completas. O bodião tem territórios, chamados de “estações de limpeza”, onde outros peixes, inclusive tubarões, vão para ser limpos de parasitas. O bodião recebe uma refeição (e espera não se tornar uma refeição), enquanto o peixe cliente se livra de seus piolhos e outras pragas. O bodião limpador tem um harém de até 16 fêmeas que trabalham para ele. Se uma delas ficar gananciosa e morder um cliente, o macho a persegue e a ataca. Em seguida, pede desculpas ao cliente tocando-o com suas barbatanas. De fato, pelo que os pesquisadores observaram, os bodiões parecem empresários reais, com os mesmos problemas que os humanos têm. O peixe precisa lidar com maus funcionários e clientes irritados. Em algumas situações, os clientes podem ser exigentes sobre quem vai limpá-los; eles podem assistir as equipes trabalhando para ver quem faz o melhor serviço. É, o mercado é difícil mesmo no fundo do oceano.

5. Peixe cego mexicano


O tetra cego das cavernas, também conhecido como peixe cego mexicano, é (você já adivinhou) cego. Ele não tem olhos, porque vive em perpétua escuridão. Então, como se locomove? Ele usa um sentido chamado de “imagem hidrodinâmica”. Todos os peixes têm um órgão chamado de “linha lateral” no comprimento do seu corpo, que detecta vibrações e o fluxo de água ao seu redor. Alguns peixes o usam para sentir se um predador está correndo atrás deles, por exemplo. Nos peixes cegos mexicanos, esse sentido é super-reforçado. Eles podem sentir paredes, pedras e obstáculos e desviar deles enquanto nadam. A mudança de fluxo em torno dos seus corpos é o que lhes permite construir um mapa do que está à volta deles.

4. Ciprinodontiformes do Vale da Morte


Nos Estados Unidos, banheiras de hidromassagem não estão autorizadas a ter temperaturas acima de 40 graus Celsius, pois várias mortes devido a acidentes vasculares cerebrais já foram causadas por calor de 43 graus Celsius ou mais. Mesmo a 40 graus, não é bom ficar mais de 20 minutos em um ambiente tão quente. Os peixes ciprinodontiformes que vivem nos rios do Vale da Morte, nos EUA, no entanto, passam o ano todo nessa temperatura. Na verdade, podem aguentar até 47 graus Celsius. Tal quentura cozinharia qualquer outro bicho, menos esses peixes. Moradores de águas escaldantes com salinidade às vezes quatro vezes maior do que o oceano, os ciprinodontiformes do Vale da Morte são um dos maiores sobreviventes do planeta.

3. Fundulus heteroclitus


Às vezes, seres humanos fazem tudo para matar os peixes – e geralmente conseguem, exceto o Fundulus heteroclitus. Água cheia de agentes cancerígenos mortais? Ele não se importa. Cheia de químicos que causam danos fatais ao fígado? O peixe ri de alegria. Mesmo em águas sujas e cobertas de manchas de óleo, este pequeno animal vive feliz e saudável. Enquanto a maioria dos peixes evita água pobre em oxigênio, o Fundulus heteroclitus, se confrontado com um ambiente assim, respira na superfície ou muda o seu sangue para captar mais oxigênio (já que alterar o seu sangue para trabalhar mais não é muito difícil, não é mesmo?). Além disso, eles podem sobreviver em água doce ou salgada ao extremo. Podem até mesmo viver em gravidade zero. É isso mesmo: esse peixe pode sobreviver não só a uma ampla gama de venenos, mas também a voos espaciais.

2. Rivulus marmoratus


Não importa quantas habilidades os peixes tenham, ainda há uma limitação universal: eles estão presos à água. Menos o Rivulus marmoratus, que encontrou uma maneira de contornar essa exigência. Ele pode viver dentro de árvores e galhos podres por meses. Quando poças secam ou a água diminui de nível, esse peixe de mangue se atola em árvores antigas, cocos vazios, latas de café descartadas ou mesmo folhas. Enquanto for mantido úmido, pode sobreviver por 66 dias. Outros peixes, como a traíra, podem sobreviver sem água por mais tempo, mas precisam entrar em um estado de dormência, uma espécie de “hibernação”. O Rivulus marmoratus pode manter um estado metabólico normal, de modo que, logo que o nível de água aumenta, eles voltam a nadar. O segredo é que sua pele age como um conjunto extra de pulmões que puxa o ar e mantêm os níveis de sal. Por fim, eles são hermafroditas. Então, enquanto estão vivendo em árvores esperando a maré voltar, eles podem se autofertilizar para passar o tempo.

1. Cynoglossidae


Em 2006, uma expedição que explorou a cadeia de vulcões submarinos nas Ilhas Mariana entre Guam e o Japão fez várias descobertas surpreendentes. Uma das mais interessantes foram as piscinas naturais de enxofre derretido que atingiam temperaturas superiores a 180 graus Celsius e expeliam gases de metais pesados tóxicos. Certamente, estas piscinas não são lugares muito hospitaleiros. Mas tem peixe que as adoram!

Alguns peixes da família Cynoglossidae foram observados prosperando neste ambiente em grande número. A densidade de peixes era de cerca de 100 vezes maior do que o que costumamos encontrar na plataforma continental. Por que cargas d’água os animais iriam amar viver bem ali, em poças de ebulição de enxofre tóxico? Ninguém sabe. Ainda mais surpreendente, alguns foram até vistos deitados nas poças de enxofre, flutuando na superfície de um caldeirão borbulhante, como se estivessem de férias. O que você chama de inferno, esses peixes chamam de resort cinco estrelas. [Listverse]

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