Casal da Idade da Pedra é encontrado enterrado abraçado em caverna grega

Por , em 23.02.2015
Ossos de 170 indivíduos foram encontrados dentro de Alepotrypa

Ossos de 170 indivíduos foram encontrados dentro de Alepotrypa

Cientistas descobriram um casal enterrado de conchinha, em um dos sepultamentos duplos raros do período neolítico na Europa.

Os arqueólogos encontraram, na caverna de Alepotrypa, no Peloponeso, vários esqueletos. A descoberta mais surpreendente, no entanto, foi um sepultamento de cerca de 5.800 anos atrás contendo dois esqueletos adultos bem preservados, um homem e uma mulher, com braços e pernas entrelaçados em um abraço.

Os pesquisadores também encontraram ossos de dois outros sepultamentos duplos do Neolítico.

Por fim, acharam também um ossário micênico de cerca de 3.300 anos de idade, com fragmentos de ossos de dezenas de pessoas e inúmeros bens caros, incluindo um punhal de bronze, pedrinhas de ágata e marfim provavelmente proveniente do Líbano.

Caverna ou cemitério?

A caverna de Alepotrypa representa um dos maiores cemitérios neolíticos conhecidos em toda a Europa. Suas enormes câmaras chegam a mais de meio quilômetro, e enterros na caverna cobrem todo o período neolítico na Grécia, de 6.000 a 3.200 aC. Há ossos de pelo menos 170 pessoas no interior da caverna.

Por volta de 3.000 aC, um terremoto desabou a entrada da caverna, preservando o seu interior. O local foi redescoberto em 1958, e as escavações começaram na década de 1970.

Entre os esqueletos recém-analisados do sítio arqueológico, estão os restos mortais de uma criança e de um recém-nascido, de um jovem homem e uma jovem mulher enterrados um de frente para o outro em poses enroladas com os joelhos dobrados sob o queixo, e do casal se abraçando.

Casal se abraça em enterro que aconteceu há cerca de 5.800 anos, na caverna de Alepotrypa

Casal se abraça em enterro que aconteceu há cerca de 5.800 anos, na caverna de Alepotrypa

“Eles estão de conchinha”, disse Bill Parkinson, curador de antropologia eurásia no Museu Field de História Natural em Chicago (EUA), e um dos arqueólogos que escavou o local. “O homem é a grande colher, e a mulher a pequena colher”.

O casal provavelmente morreu abraçado ou foi colocado nesta pose pouco depois da morte. Uma vez que é um abraço muito natural, é improvável que tenham sido posicionados desta forma muito depois do seu falecimento. A causa da sua morte ainda é um mistério.

Período violento

Um ossário neolítico contemporâneo ao casal localizado no interior da caverna sugere que os pombinhos viveram durante um período violento.

Cerca de 31% dos esqueletos enterrados ali mostraram evidência de trauma craniano contuso, provavelmente causado por rochas, pedras ou clavas. As feridas não eram letais e tinham curado, mas esta é a maior frequência de traumatismo craniano em um sítio arqueológico da Grécia Neolítica. A violência extrema pode ser devida à grande competição por terra, água ou outros recursos vitais na época.

Muitas pessoas enterradas exibiam metopismo, uma condição rara que sugere que eram geneticamente relacionados. O tempo de vida adulta média foi de 29 anos, e anemia foi a condição médica mais prevalente. Análises mostraram que as dietas desses antigos humanos consistiam principalmente de cereais como trigo e cevada, de forma que o baixo consumo de proteína animal foi o que provavelmente causou a alta prevalência de anemia.

A caverna foi local de sepultamento, ritual e habitação durante 3.000 anos entre 6.000 e 3.000 aC. [NatGeo]

1 comentário

  • Ivanna Fabiani:

    se tinha pedras do Libano pode ser que sejam do oriente medio e sabiam que iriam morrer. Os cemiterios beduinos tem mumias nessa pose de conchinha, podemobservar nos museus de historia natural em Sharjah , emirados arabes!

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