Buraco negro monstruoso formado por 3 galáxias em colisão é descoberto

Por , em 3.05.2016
Imagem processada por David Coverta, a partir das imagens do Hubble, das galáxias Antenas, em colisão na constelação do corvo (Corvus).

Imagem processada por David Coverta, a partir das imagens do Hubble, das galáxias Antenas, em colisão na constelação do corvo (Corvus)

Esta é a história da descoberta casual de um gigantesco buraco negro formado pela colisão de três galáxias. O objeto se encontra na galáxia IRAS 20100-4156, tem uma massa estimada em 3 bilhões de vezes a massa do sol, e fica a cerca de 1,8 bilhões de anos-luz da Terra. Para comparação, o buraco negro no centro da nossa galáxia tem cerca de 4 milhões de massas solares.

A astrofísica Lisa Harvey-Smith estava usando o radiotelescópio novo do CSIRO, em uma medição de rotina das emissões de maser (“Microwave Amplification by Stimulated Emission of Radiation”, amplificação de microondas pela emissão de radiação estimulada, um tipo de radiação) da galáxia IRAS 20100-4156, quando percebeu que o gás emissor estava viajado a velocidades muito altas.

Muito altas, neste caso, é cerca de 600 km por segundo, pelo menos o dobro do que os cientistas esperavam. Uma velocidade tão alta é indício certo de um buraco negro supermassivo no centro da galáxia. No caso deste, é o resultado da colisão de três galáxias.

“Este movimento muito rápido do gás indica o quão massivo é o buraco negro. Mas o que é realmente animador sobre isso é que se trata de uma medição direta da massa do buraco negro, por coisas que estão girando em torno dele”, conta Lisa.

Além de enormes buracos negros, as colisões de galáxias também disparam a formação de estrelas em taxas centenas de vezes mais rápidas que o normal, o que torna estes eventos bastante brilhantes e permite que os astrônomos os observem até mesmo a grandes distâncias.

“Nós queremos saber se as colisões de galáxias e a formação de buracos negros supermassivos realmente disparam as taxas de formação de estrelas que vemos nas galáxias, e como este tipo de evento tem se modificado ao longo do tempo”, conta a astrofísica Harvey-Smith.

O novo telescópio usado é o Australian Square Kilometre Array Pathfinder, ou ASKAP, em Murchinson. O artigo descrevendo a descoberta pode ser acessado gratuitamente no site arXiv.org. Além disso, foi aceito para publicação no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. [ScienceAlert, arXiv, ABC.net]

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