Cura da esclerose múltipla: um tratamento extremamente inovador alcançou este resultado
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, o sistema imunológico do paciente ataca o sistema neurológico da pessoa, causando sintomas como fadiga, depressão, alteração no equilíbrio, e pode causar a morte do paciente.
Um novo tratamento, resultado de um teste clínico feito no Canadá, pode fazer com que os sintomas não só estabilizem como até regridam, um indício que o sistema nervoso tem alguma capacidade regenerativa.
Basicamente, o tratamento consiste em substituir todo o sangue e medula óssea do paciente, dando um “restart” no sistema imunológico. O tratamento foi descoberto a partir de alguns pacientes com leucemia, o câncer de sangue.
No tratamento de leucemia, o tecido da medula é retirado e uma quimioterapia agressiva é aplicada, matando as células do sistema imunológico. A medula é processada, retirando todas as células cancerosas, e reposta no paciente, onde vai reconstruir o sistema imunológico.
Surpreendentemente, este tratamento é efetivo não apenas para leucemia, mas também para esclerose múltipla. Os pacientes que tinham leucemia e esclerose múltipla experimentaram uma melhora nas duas condições.
Mas o tratamento tem os seus ricos. No período em que a pessoa está fazendo a quimioterapia agressiva e o restabelecimento do sistema imunológico, ela fica vulnerável a qualquer doença. além de perder cabelo e unhas, ter diarreia e náusea.
O teste clínico no Canadá, feito com 25 pacientes, apresentou 17 casos de remissão, e uma das pacientes que estava em cadeira de rodas quando começou o tratamento, hoje faz esqui, voltou a trabalhar, casou e conseguiu sua primeira habilitação. Mas um paciente morreu de danos no fígado e infecção.
Outros efeitos colaterais da quimioterapia incluem esterilidade, e uma menopausa prematura para as mulheres. Não é bolinho, em um mês o paciente passa pelo inferno, por isto este tipo de tratamento só é oferecido a pacientes de esclerose múltipla agressiva.
Por enquanto os médicos estão experimentando com quimioterapias menos agressivas, que não prejudiquem o fígado tanto assim. Mas eles tem que encontrar o equilíbrio correto entre baixa toxicidade e efetividade.
Outras doenças autoimunes podem também vir a ser tratadas com este mesmo método, entre elas a doença de Crohn, quando o sistema imunológico ataca o intestino, e uma doença da pele rara chamada escleroderma. [ScienceAlert, NewScience]