Um cookie é mais saudável do que uma banana (para algumas pessoas)

Por , em 30.11.2015dietas

Não é nenhum segredo que muitos de nós (inclusive esta que vos fala) têm problemas para manter a linha quando o assunto é equilíbrio e alimentação saudável. Desde que eu me entendo por gente vou de médico em médico procurando ajuda e só recentemente encontrei um que realmente me entendeu. Todos os outros – e pode colocar 25 anos aí nesta jornada – sempre me passaram dietas prontas, muito restritas e que eu, obviamente, não consegui seguir (pelo menos não por muito tempo).

A boa notícia é que eu não sou a única que tem este problema.

E quando muitas pessoas tem o mesmo problema… Significa que a “solução” que existe não é solução coisa nenhuma, certo?

Em muitas partes do mundo, grandes segmentos da população estão desenvolvendo problemas de saúde como diabetes e obesidade em níveis alarmantes, sugerindo que as políticas alimentares atuais são ineficazes para manter as pessoas dentro de sua faixa de peso saudável.

De acordo com um novo estudo, esta situação não é de todo surpreendente.

Pesquisadores israelenses analisaram os níveis de açúcar no sangue de 800 participantes ao longo de uma semana e constataram que, mesmo se todas comessem a MESMA refeição, a forma como os alimentos são metabolizados irá variar de pessoa para pessoa.

Fórmula de vida saudável?

Em outras palavras, isso significa que o que poderia ser saudável para você não necessariamente será para outra pessoa.

dietas

Para mim é cruel, mas para alguém pode realmente ser verdade – e, ainda por cima, saudável.

Os pesquisadores dizem que o problema está com a forma em que a maioria dos sistemas alimentares medem os resultados. Como o índice glicêmico (IG), por exemplo, que classifica os alimentos com base em como eles afetam o açúcar no sangue. Não há dúvida de que é um ponto de partida útil, mas é baseado em estudos que levam em consideração a média – e não indivíduos específicos como eu e você.

De acordo com Eran Segal, do Instituto de Ciência Weizmann, em Rehovot, Israel, a maioria das recomendações dietéticas são baseadas em um desses sistemas de classificação. No entanto, elas não destacam que existem profundas diferenças entre os indivíduos – em alguns casos, eles têm resposta opostas um aos outros, e este é realmente um grande buraco na literatura médica.

Segal e seus colegas acreditavam que o índice glicêmico não era um valor definido para um determinado alimento, mas sim algo que dependia do indivíduo que come esse alimento. Para testar isso, eles monitoraram os níveis de glicose de 800 pessoas ao longo de semana e mediram as respostas individuais para gritantes 46.898 refeições.

Resultados

Seus resultados, publicados na revista Cell, revelaram uma alta variabilidade na resposta a refeições IDÊNTICAS, o que sugere que as recomendações dietéticas universais podem ter utilidade limitada no mundo real.

Eu (e as blogueiras) quando o assunto são dietas.

Eu (e as blogueiras) quando o assunto são dietas.

Segundo Eran Elinav, um coautor do estudo, medir uma grande amostra como esta e ter esta variação como resultado mostra como estamos atrasados a respeito de um dos conceitos mais básicos da nossa existência – que é justamente a nossa alimentação diária.

Em contraste com as nossas práticas atuais, adaptar dietas para a realidade do organismo de cada indivíduo pode nos permitir utilizar a nutrição como meio de controlar níveis de açúcar no sangue elevados e suas condições médicas associadas.

Vantagens óbvias

Monitorar as respostas individuais aos alimentos levou a alguns resultados interessantes. Em um caso, os pesquisadores descobriram que uma mulher de meia-idade com obesidade e pré-diabetes experimentou picos de nível de açúcar no sangue depois de comer tomates – um alimento que muitos nem cogitariam cortar de uma dieta.

Segundo Elinav, para esta pessoa, uma dieta individualizada sob medida não teria incluído tomates, mas poderia incluir outros ingredientes que muitos de nós não consideram saudável, e que são para ela.

Futuro das dietas

Os pesquisadores esperam que seu estudo chame a atenção para a necessidade de relatórios de nutrição personalizados no lugar de dietas padronizadas e universais para todos os tipos de pacientes, casos, biótipos e quantas mais variáveis você quiser colocar nesta lista.

Para Segal, depois de ver esses dados, existe uma grande possibilidade de que talvez nós estejamos realmente errados em nosso pensamento sobre a epidemia de obesidade e diabetes. E este estudo pode ser o primeiro passo (de muitos) para resolver este problema.

A intuição das pessoas é de que sabemos como tratar estas condições e, pior, é que existe um tratamento padrão para todos os casos. Mas, talvez, podemos estar recebendo os conselhos médicos errados para o nosso caso.[sciencealertmeta]

Deixe seu comentário!