Por que Stephen Hawking defende o suicídio assistido

Por , em 23.07.2014

O famoso físico e cosmólogo Stephen Hawking afirmou recentemente apoiar um projeto de lei britânico que tornaria legal o suicídio assistido.

O cientista de 72 anos concorda com a lei porque crê que é “discriminação contra as pessoas com deficiência negar-lhes o direito de se matar que pessoas fisicamente capazes têm”.

Uma pessoa altamente debilitada precisa de ajuda se quiser terminar com sua vida, ao invés de simplesmente decidir se suicidar, como outras pessoas mais aptas podem fazer.

De acordo com Hawking, seriam necessárias salvaguardas para garantir que a pessoa realmente queira morrer, mas ela deve ter esse direito.

O projeto de lei Lord Falconer’s Assisted Dying Bill propõe que os médicos do Reino Unido possam receitar uma dose letal para pacientes terminais que tenham menos de seis meses de vida. Dois profissionais de saúde precisariam se certificar de que o paciente realmente se encontra em estado terminal e deve morrer dentro de seis meses.

“Liberdade do indivíduo”

Hawking disse que acha “errado se desesperar e cometer suicídio a não ser que a pessoa estiver com grande dor”, mas que isso é uma questão de escolha. “Não devemos tirar a liberdade do indivíduo de escolher morrer”, argumentou.

E não pense que o cientista afirmou tudo isso sem ter perspectiva sobre o que opinava. Ele admitiu já ter tentado rapidamente acabar com sua vida, quando fez a traqueostomia – uma operação para encaixar um tubo de respiração.

“Eu tentei brevemente cometer suicídio ao não respirar. No entanto, o reflexo de respirar foi muito forte”, contou.

Polêmica

Embora a lei britânica proposta trate de casos mais específicos, no geral, o suicídio assistido ocorre quando uma pessoa que não consegue concretizar sozinha sua intenção de morrer pede a ajuda de um outro indivíduo.

O suicídio assistido é um tema muito controverso em todo o mundo. Uma pesquisa americana mostrou que é o assunto mais polêmico no país, mais até que aborto e que ter um filho fora do casamento.

Ainda que seja pela vontade da vítima, ou seja, não necessariamente um homicídio, o suicídio assistido é crime no Brasil. Na verdade, são poucos os lugares que dão respaldo judicial a esse ato, com o estado norte-americano do Oregon e a Suíça.

Na Holanda, a Associação Direito de Morrer auxilia famílias cujos médicos se recusam a cometer suicídio assistido. De acordo com a Federação dos Médicos Holandeses, a ampla utilização desse método pode acarretar em alguns pacientes que poderiam ser tratados tirando suas vidas desnecessariamente. [BBC, SM, BioMedicinaBR]

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