Jogos de videogame podem ser viciantes (literalmente)

Por , em 27.11.2012

A ideia de que uma pessoa pode ser viciada em games gera polêmica: para muitos, é um problema real, similar ao de viciados em álcool ou jogos de azar; para outros, não passa de um exagero. Para dar mais base científica ao debate, a psicóloga Olivia Metcalf, da Universidade Nacional Australiana, investigou 20 casos de pessoas supostamente viciadas em jogos eletrônicos.

Para cada uma delas, a pesquisadora mostrava uma palavra e pedia que a pessoa dissesse a cor em que a palavra estava escrita.

Quando a palavra tinha alguma relação com games, a pessoa levava significativamente mais tempo para responder – o que não ocorria com “não viciados”, que não demonstravam diferença no tempo de resposta. “Nós descobrimos que o sistema de atenção de um viciado em videogame prioriza informações ligadas a jogos”, explica Metcalf. “Este fenômeno, conhecido como ‘viés atencional’, ocorre em viciados em heroína, nicotina, álcool e jogos de azar, e é considerado um fator significativo no desenvolvimento de um vício”.

Metcalf destaca que essa é uma das primeiras evidências concretas de vício em jogos eletrônicos.

Embora a maioria das pessoas jogue games sem apresentar consequências negativas (ao contrário do que acontece com o uso de álcool e outras drogas), existem aquelas que não conseguem parar de jogar, e acabam mudando sua dieta, vida social, rotina de sono e vida profissional em função do “vício”.

A próxima edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, uma das principais referências no mundo para profissionais da área de saúde mental, deve incluir uma recomendação do estudo do transtorno de uso excessivo de internet (que inclui consumo excessivo de jogos eletrônicos, embora estes nem sempre demandem uma conexão).[Medical Xpress]

1 comentário

  • Eduardo Bolseiro:

    A matéria é antiga, mas eu não posso deixar de alertar aos visitantes que caírem aqui: o vício é real! Eu sinto isto na pele há alguns anos, é desesperador.

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