Brasileira ganha prêmio internacional por sua pesquisa em energia escura

Por , em 16.06.2014

Marcelle Soares-Santos venceu o Alvin Tollestrup Award (Prêmio Alvin Tollestrup) de Melhor Pesquisa de Pós-doutorado deste ano por suas contribuições para a pesquisa de energia escura, que vão desde a construção de instrumentos e comissionamento a análise física de alto nível.

The Universities Research Association (associação de 86 universidades orientadas à pesquisa cientifica situadas principalmente nos EUA) premia todos os anos o trabalho excepcional realizado por um pesquisador de pós-doutorado no Fermilab (laboratório especializado em física de partículas de alta energia dos EUA) ou em colaboração com cientistas do Fermilab.

Soares-Santos chegou ao Fermilab como uma estudante de doutorado da Universidade de São Paulo (Brasil), em 2010. Durante a construção do Câmera de Energia Escura do Fermilab e sua instalação no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile, seu papel foi o de testar instrumentos através de simulações.

“Eu acho que é gratificante construir coisas, e eu pretendo fazer mais disso”, disse Soares-Santos. “É realmente fascinante saber que há equipamentos lá fora trazendo ciência não só para mim, mas para toda a comunidade astrofísica”.

Atualmente, Soares-Santos usa a Câmera para procurar novos aglomerados de galáxias nas imagens. “Estou produzindo um catálogo dos mais altos redshifts [desvios para o vermelho] já vistos”, disse. “Também será um dos maiores catálogos de aglomerados de galáxias publicados”.

O trabalho da brasileira se estende para além do objetivo original do levantamento: Marcelle também estuda a luz associada a eventos de ondas gravitacionais. Até o momento, ninguém observou esses eventos, que são produzidos a partir de colisões de estrelas de nêutrons ou colisões entre uma estrela de nêutrons e um buraco negro.

Brenna Flaugher, chefe do Departamento de Astrofísica do Fermilab, recomendou Soares-Santos para o prêmio por causa dessas diversas contribuições para o laboratório. “Marcelle é uma excelente pós-doutoranda. Ela trabalha com os dados para gerar resultados científicos e desenvolver novas maneiras de entender a formação do nosso universo”.

Além do reconhecimento, Soares-Santos disse que o prêmio tem um significado especial para ela por causa do nome que carrega. “É um prêmio em homenagem a alguém que também tem muita experiência em instrumentação”, disse Soares-Santos. “Alvin tem 90 anos de idade. No ano passado dei uma palestra, e ele estava sentado na primeira fila, fazendo perguntas e me testando. Eu quero ser assim”. [FNAL]

9 comentários

  • Eduardo Tacio:

    Parabens

  • Anderson Luis Amaral:

    Minha colega de IF-IAG da USP. Sempre alunos da USP. Como também aluno da USP, espero chegar próximo de tal nível algum dia. Se por um lado, isso é mais uma boa notícia para a USP, o ruim é saber que poucas universidades no Brasil tem alunos com chances de tais descobertas. A maioria apenas prepara gente visando o “mercado de traballho” e nem de longe temos uma cultura de pesquisa básica no nosso país.

  • Gabriel Zambon:

    Me orgulho de ter estudado na Mesma sala que ela na ETFES, fizemos eletrotécnica juntos.
    Parabéns Marcelle, os frutos do seu trabalho nos ajudam a entender um pouco mais do nosso maravilhoso Universo!!!!

  • Falcão:

    Parabéns a Marcelle por mais esta vitória e a Natasha por mais este excelente artigo !

  • Ricardo Lemes:

    “pra que isso tudo ? Ela nem marcou um gol ” … by Brasil

  • Marcio Antonio Augelli:

    Parabéns, Marcela! Você tem um mundo novo se abrindo, desfrute-o cada momento. Quando se conhece a Natureza e como ela funciona vive-se melhor!!! Bacana, muito bacana!!!

  • Dayverson Maiolino:

    My Respect!.

  • Marcelo Brito:

    Parabéns!

  • Simony Ribeiro:

    fiquei muito feliz por ela!

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