Promissora vacina contra HIV é testada em humanos

Por , em 14.10.2015

Um teste promissor de uma nova vacina contra a AIDS está prestes a começar em seres humanos nos EUA.

A vacina foi desenvolvida ao longo dos últimos 15 anos por Robert Gallo, o cientista que descobriu em 1984 que era o vírus HIV que desencadeava a doença.

O ensaio clínico de fase I envolverá 60 voluntários e testará simplesmente a segurança e a resposta do sistema imunológico à vacina, por isso, não saberemos por um tempo se ela é de fato mais eficaz do que as outras 100 ou mais vacinas contra a AIDS que já foram testadas no passado.

No entanto, extensos testes com macacos foram realizados antes dessa fase com seres humanos, com resultados positivos.

A dificuldade

O desafio para uma vacina bem-sucedida é que o HIV infecta diretamente células brancas do sangue chamadas células-T, de modo que o vírus literalmente vira o nosso sistema imunológico contra nós.

Isso significa que, uma vez que tenha entrado em uma célula-T, o HIV é invisível para o sistema imunológico.

A única chance que temos de prevenir a infecção é desencadear anticorpos contra as proteínas de superfície do HIV antes que isso aconteça – algo que tem sido difícil de alcançar, considerando o fato de que o retrovírus pode mudar regularmente o seu envelope viral para esconder proteínas de superfície específicas.

Agora, Gallo e sua equipe do Instituto de Virologia Humana nos EUA acreditam que encontraram uma forma de detectar uma proteína conhecida como gp120 no momento em que o vírus se liga com as células-T de nossos corpos, o que pode ajudar a parar o HIV na hora certa.

A vacina contra HIV

Quando o HIV infecta um paciente, ele primeiro se liga com o receptor CD4 na célula branca. Em seguida, passa a um estado de transição no qual expõe partes ocultas do seu envelope viral, que lhe permitem ligar-se a um segundo receptor chamado CCR5.

Uma vez que o HIV se liga a ambos esses receptores nas células-T, pode infectar com sucesso células imunitárias. Nesse ponto, é tarde demais para fazer qualquer coisa para detê-lo.

A vacina da Gallo contém a proteína gp120 do HIV, projetada para conectar-se a algumas partes do receptor CD4. O objetivo é desencadear anticorpos contra a gp120 quando ela já está ligada ao CD4 e entra em seu estado de transição vulnerável, efetivamente interrompendo o vírus de se fixar no CCR5.

Futuro

O ensaio clínico será executado em colaboração com a Profectus BioSciences, uma empresa de biotecnologia ligada ao Instituto de Virologia Humana.

Gallo explicou que eles demoraram para chegar a este ponto – o teste com seres humanos – porque têm sido extremamente minuciosos em seus testes em macacos.

“Nós queríamos mais e mais respostas antes de ir para as pessoas”, disse.

Vamos torcer para que todo esse cuidado compense e tenhamos finalmente um candidato viável para uma vacina contra a AIDS em nossas mãos. [ScienceAlert]

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