Pesquisadores reconstroem rosto de múmia de 2.300 anos

Por , em 5.09.2016

Pesquisadores australianos reconstruíram a face de uma múmia egípcia antiga usando uma impressora 3D para criar a réplica de um crânio de 2.300 anos.

Enquanto a escultura é impressionante por si só, ela também vai permitir que os cientistas tenham um melhor vislumbre sobre a cultura incrível, e vai ajudá-los a diagnosticar patologias em populações antigas.

“Através dela, os alunos serão capazes de aprender como diagnosticar a patologia marcada na nossa anatomia, e aprender como grupos de populações inteiras podem ser afetados pelos ambientes em que vivem”, disse um membro da equipe, Varsha Pilbrow, da Universidade de Melbourne, na Austrália.

Descoberta inesperada

A múmia – que é apenas uma cabeça sem nenhum corpo – foi encontrada “por acidente” dentro da área de coleções da Universidade de Melbourne, quando um curador estava realizando uma auditoria.

A equipe suspeita que a cabeça pode ter sido trazida para a universidade por Frederic Wood Jones, um arqueólogo que mais tarde virou professor de anatomia, no início dos anos 1900.

A decisão de reconstruir o rosto foi feita quando o curador do museu, Ryan Jefferies, ficou preocupado de que o crânio estava começando a apodrecer por dentro. Este é um problema complicado, porque a equipe não podia desembrulhar a múmia para verificar se estava tudo bem, e arriscar mais danos ao espécime.

Em vez disso, eles usaram uma tomografia computadorizada para ver o que estava acontecendo lá dentro. “A tomografia computadorizada abriu um monte de perguntas e avenidas de investigação, e percebemos que era uma grande oportunidade forense e de ensino em pesquisa colaborativa”, disse Jefferies.

A reconstrução

Para ajudar a reconstruir o rosto com base no que os pesquisadores já sabiam do crânio, eles chamaram uma equipe de peritos forenses da Universidade de Monash, na Austrália.

Com base nas tomografias do crânio, a equipe estimou que a cabeça pertencia a uma mulher, nomeada por eles de Meritamun, que provavelmente viveu por volta de 300 aC. Ainda há muito mais a aprender sobre sua idade exata através de datação por radiocarbono, porém. Os cientistas devem obter mais dados em breve.

Com as tomografias, o especialista em imagem Gavan Mitchell foi capaz de usar uma impressora 3D para criar uma réplica exata do crânio:

mumia egito rosto 4

Usando os resultados de Mitchell, Jennifer Mann, uma escultora forense, meticulosamente reconstruiu o rosto usando argila:

mumia egito rosto 3

“É incrível que seu crânio esteja em tão boas condições depois de todo esse tempo, e o modelo que Gavan produziu era bonito em seus detalhes”, disse Mann ao ScienceAlert. “É um trabalho muito pungente e extremamente importante para a identificação, finalmente, dessas pessoas que de outra forma teriam permanecido desconhecidas”.

Vídeo

O trabalho da equipe ainda não foi publicado em uma revista científica revisada por pares, mas esta publicação provavelmente acontecerá depois de mais análise ser feita sobre a cabeça, utilizando técnicas de datação por radiocarbono.

O vídeo abaixo mostra a reconstrução do rosto da múmia em ação: [ScienceAlert]

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