Possibilidade de nova partícula deixa cientistas perplexos

Por , em 3.05.2016

Desde que os primeiros sinais de uma nova partícula subatômica surgiram nos experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) em dezembro passado, físicos de todo o mundo estão tentando desvendar os resultados.

Centenas de trabalhos procuram explicar como esta nova partícula poderia existir dentro do contexto de nossa atual compreensão das leis da física (ou o que isso significa para uma nova física), e quatro novos artigos foram publicados descrevendo as teorias mais prováveis.

Se alguma estiver correta, a física de partículas como a conhecemos vai ter que passar por uma das suas revisões mais significativas de todos os tempos.

Calma lá

Ainda não sabemos se a tal nova partícula é mesmo real, ou apenas um acaso estatístico. Por isso, há uma grande ressalva sobre toda esta especulação.

Mas, assumindo que os dados não seja um erro, então existem algumas probabilidades maiores para o que poderia ser essa partícula desconhecida.

A “descoberta”

No ano passado, dois experimentos executados no LHC – ATLAS e CMS – chegaram a dados que não pareciam fazer muito sentido. As duas equipes compararam seus resultados, e descobriram que as colisões eram exatamente as mesmas nos dois experimentos, o que apontou para uma partícula nunca antes vista que, se verdadeira, iria quebrar o modelo padrão da física.

O que as equipes descobriram enquanto esmagavam prótons no interior do LHC é que um pouco mais de fótons de alta energia (partículas de luz) foi produzido do que o esperado.

Especificamente, ambos os detectores registraram um pico de atividade em um nível de energia particular correspondendo a cerca de 750 giga elétron-volts (GeV) – ou cerca de 750 bilhões de elétron volts.

O que isso significa? A nova partícula parece estar se deteriorando em dois fótons no ponto da colisão – se existir – e, agora, os físicos têm que descobrir como.

Todos querem saber

Existem atualmente mais de 300 artigos de cientistas que analisaram esses dados, esperando para serem publicados.

Para facilitar para nós, meros leigos, no entanto, a revista Physical Review Letters publicou quatro novos artigos resumindo as melhores e mais prováveis hipóteses para o que esta nova partícula poderia ser.

As quatro melhores hipóteses

Uma das mais explicações prováveis é que a nova partícula seja um conglomerado de pedaços menores – bem como os prótons e nêutrons que compõem os átomos são feitos de quarks menores. Algum tipo de partícula como um quark poderia ser mantido junto por uma força desconhecida, que poderia ser a base da nova partícula.

Outra explicação é que a nova partícula pode ser muito parecida com o bóson de Higgs, só que em torno de 12 vezes mais pesada.

Ou, talvez, a nova partícula seja uma combinação das duas explicações anteriores – pode ser que o Higgs em si seja constituído por um grupo de partículas menores.

A quarta explicação é que seja um gráviton, uma partícula teórica que carrega a força da gravidade. Isso seria particularmente notável porque, até agora, a gravidade revelou-se impossível de conciliar com as teorias de outras partículas e forças.

A teoria mais provável de todas, no entanto, é que não seja nada

Enquanto muitos físicos estão concentrados em explicar a tal nova partícula, outros não estão muito animados com sua existência.

“Eu já vi tantos efeitos irem e virem que eu tenho que dizer do fundo do meu coração que não estou muito otimista”, disse o físico John Ellis, da King’s College London, que é ex-chefe do departamento de teoria no CERN, o laboratório onde fica o LHC, ao jornal The Guardian. “Seria uma descoberta fantástica se fosse verdade, precisamente porque é inesperada, e porque seria a ponta de um iceberg de novas formas de matéria”. [ScienceAlert]

3 comentários

  • Ivanna Fabiani:

    Na metafisica, vitaminas e oligoelementos que estão no ar são devolvidos ao corpo humano e funciona! Por fim sera comprovado cientificamente

    • Cesar Grossmann:

      Acho que isto não é metafísica, mas esoterismo, e ninguém sabe do que eles estão falando quando dizem “vitaminas e oligoelementos que estão no ar”. Se estão no ar, usa um filtro e captura eles, faz favor. Ou usa um fracionador de gases e separa. Não dá para separar e fracionar? Será que existem mesmo?

  • Ivanna Fabiani:

    Pode ate ser que era essa a explicação no estudo de Maxwell, por isso O.Haive não entendeu e rescreveu tudo de outra maneira! tem lebre ai!

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