Veja um coração injetado com metal líquido

Por , em 14.08.2014

Qian Wang e Yang Yu, pesquisadores da Universidade de Pequim (China), encontraram uma maneira de criar imagens 3D de raio-X de alguns dos menores vasos sanguíneos do coração: preenchendo-o com metal líquido.

Injetar metal líquido em um coração soa como um método de tortura moderno, mas os cientistas sabiam o que estavam fazendo.

Eles usaram gálio, um metal que funde a 29 graus centígrados, de modo que é líquido à temperatura normal do corpo humano. É estável, não reage com água e é, os pesquisadores acreditam, completamente não tóxico para humanos, o que o torna ideal para experimentação em tecido vivo.

Os chineses usaram corações de suínos para fazer um teste. A ideia era descobrir um jeito de analisar melhor o coração. Técnicas de imageamento atuais são ótimas, mas há um problema de contraste.

A maneira convencional de “fotografar” vasos sanguíneos do coração é com tomografia de raios-X. Para fazer isto funcionar, os vasos sanguíneos têm de ser preenchidos com um agente de contraste que absorve os raios-X mais do que o tecido circundante. No entanto, essa absorção é limitada e apenas os maiores vasos aparecem na imagem final.

Wang e Yu dizem que o novo método, utilizando gálio, irá ajudar a compreender melhor o sistema vascular do coração humano.

Os resultados são, de fato, absolutamente deslumbrantes. Na imagem acima, é possível ver a diferença entre as imagens de raio-X feitas com gálio (esquerda) e com um agente de contraste padrão à base de iodo (direita).

O metal mostra mais claramente os vasos sanguíneos grandes e pequenos. Na verdade, a técnica revela capilares com um diâmetro de apenas 0,07 milímetros.

A equipe crê que, no futuro, técnicas de resolução mais elevadas mostrem vasos ainda menores. “Capilares que costumavam ser dificilmente detectáveis são agora facilmente vistos com nitidez impressionante”, explica Wang.

Além disso, como resfriar gálio o congela, é possível, teoricamente, criar um molde metálico – ou seja, uma cópia sólida – detalhada da estrutura de um coração (do mesmo jeito que é possível colocar alumínio dentro de um formigueiro para estudar sua composição).

Por fim, os cientistas sugerem que a técnica também pode ser utilizada em outras cavidades, como o trato digestivo e estruturas tubulares de plantas. As oportunidades são muitas.[Gizmodo, Medium]

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