10 histórias mirabolante de sequestro e resgate que realmente ocorreram

Por , em 17.06.2014

Criminosos nem sempre são psicopatas como os dos filmes de Hollywood. Na maioria dos casos, são oportunistas buscando algum lucro. E quer jeito mais oportuno de ganhar dinheiro do que por meio de sequestro e resgate? Confira histórias estranhas envolvendo sequestros e resgastes:

10. J. Paul Getty

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Ter um avô bilionário não funcionou muito bem para J. Paul Getty III. Getty era um adolescente rebelde que brincava sobre encenar seu próprio sequestro para conseguir dinheiro de seu avô. Assim, quando o garoto de 16 anos foi realmente sequestrado em Roma, em 1973, ninguém levou a sério. Os sequestradores exigiram US$ 17 milhões (cerca de R$ 37 mi), mas o magnata do petróleo J. Paul Getty se recusou a pagar. Ele disse que tinha vários netos e netas, e se pagasse um centavo agora, iria ter 14 netos sequestrados. Para mostrar que estavam falando sério, os sequestradores cortaram a orelha do adolescente e a enviaram junto com uma mecha de seu cabelo para um jornal romano. Eventualmente, a demanda diminuiu para apenas US$ 3 milhões (R$ 6,6 mi), e o velho concordou. Ele pagou US$ 2,2 milhões (o máximo que seria dedutível em impostos), e emprestou a seu filho J. Paul Getty II os restantes US$ 800.000 para ser reembolsado em 4%. Getty III foi solto em 15 de dezembro de 1973, e nove homens foram presos por raptá-lo. Dois foram condenados, mas os outros sete foram libertados por falta de provas.

9. Júlio César

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Júlio César nasceu em uma família politicamente proeminente e se tornou o homem mais poderoso de Roma. No entanto, a história quase foi reescrita em 75 aC, quando foi capturado por piratas cilícios. Segundo o historiador Plutarco, os piratas exigiram um resgate de 20 talentos de ouro. A quantia exata que um “talento” valia mudava, mas era alta – provavelmente mais de US$ 500.000 (mais de R$ 1 mi) em moeda moderna. Júlio era um homem orgulhoso, e insistiu em pagar 50 talentos em vez disso, enviando seus homens para buscar o dinheiro, o que demorou 38 dias. Enquanto capturado, Julius se tornou um membro oficial da gangue pirata. Chegou a afirmar que, quando fosse solto, iria executá-los por seu crime. Eles pensaram que Júlio estava brincando. Ele não estava. Assim que o resgate foi pago, Júlio os capturou e aprisionou, mais tarde crucificando-os.

8. Corpo de Charlie Chaplin

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Na década de 1960, o ator Charlie Chaplin sofreu uma série de derrames. Ele morreu no Natal de 1977 e foi enterrado em Corsier-sur-Vevey, na Suíça. Em 1 de março de 1978, um par de ladrões de túmulos – Gantcho Ganev da Bulgária e Roman Wardas da Polônia – cavaram seu túmulo, roubaram corpo e pediram resgate: US$ 400 mil (R$ 891 mil) para a viúva de Charlie, Lady Oona Chaplin, pelo retorno do cadáver. Oona recusou, e os homens passaram a ameaçar os filhos de Chaplin. No entanto, Ganev e Wardas não eram criminosos muito inteligentes. A polícia conseguiu encontrá-los rastreando o telefone de Oona Chaplin e vasculhando os arredores. A dupla confessou o crime e revelou a localização do corpo de Charlie.

7. Matthew Riley

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Um dos tipos mais incidentes de vírus de computador é o “ransomware” (algo tipo “resgateware”). Ele trava o computador, restringindo o acesso a programas. Em seguida, instrui o usuário a pagar um resgate, geralmente algumas centenas de dólares, para liberar esse acesso (como o que aconteceu esses dias atrás com produtos na Apple na Austrália). Um desses vírus comuns não só bloqueia o computador, mas finge ser do FBI. Ele acusada o usuário de vários crimes, incluindo pirataria de software, pornografia infantil e bestialidade. Parece surpreendentemente oficial e ainda inclui uma janela de vídeo granulado que alega ter imagens capturadas a partir de sua webcam. Muitas pessoas inocentes podem ter entrado em pânico ao ver isso e pago o resgate. Temos conhecimento de pelo menos um: Matthew Riley, 21 anos, se entregou à polícia de Virginia (EUA) depois de receber o vírus do FBI em julho de 2013. O computador de Riley, que ele amavelmente trouxe junto com ele para a estação, revelou fotos nuas de garotas menores de idade e uma série de mensagens entre Riley e uma menina de 13 anos de idade.

6. Atahualpa

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Em 1532, Atahualpa era o imperador dos incas durante a conquista espanhola. Ele acabara de ganhar uma batalha contra o seu irmão Huascar, e certamente não se intimidou com a chegada de Francisco Pizarro e sua tripulação irrisória de 160 homens. Mas os guerreiros incas não foram páreo para os espanhóis fortemente armados, e Atahualpa foi capturado em meio a um cenário de carnificina inimaginável, em que 5.000 homens foram mortos em uma hora. Desesperado para preservar sua própria vida, ele ofereceu a Pizarro uma fortuna: uma sala grande, com 2,40 metros de altura, cheia de ouro, e duas dessas de prata. Derretida, a fortuna que Atahualpa prometeu chegava a 6.000 kg de ouro (que hoje valeria mais de US$ 250 milhões, ou R$ 557 mi) e 12.000 kg de prata. Tudo isso não foi suficiente para convencer Pizarro e seus homens, que temiam que os incas pudessem montar um exército para libertar o seu líder. Eles executaram Atahualpa em 26 de julho de 1533.

5. Seguro sequestro

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Sequestro e resgate são um grande negócio em todo o mundo. Sendo assim, algumas empresas se especializaram em oferecer seguro sequestro que, como qualquer outro tipo de seguro, leva em conta o risco para gerar um valor a ser pago. Fatores como o país em que os segurados vivem, sua profissão, membros da família e patrimônio líquido são considerados. Estas apólices de seguro podem ser expansivas, cobrindo diversas contingências, como o próprio pagamento do resgate, a extração, despesas médicas, reembolso de salário e mais. Experts também facilitam regularmente a libertação dos reféns, um negócio altamente secreto e perigoso. O ex-especialista em antissequestro Felix Batista foi sequestrado em 10 de dezembro de 2008, em Saltilo, Coahuila, no México, e nunca mais se soube dele.

4. Charley Ross

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Em 1 de Julho de 1874, Charley Ross, um garoto de 4 anos, foi sequestrado. As notas de resgate exigiam US$ 20.000 (R$ 44 mil). O pai de Charley não podia pagar e pediu ajuda da polícia. O sequestro parece ter sido o primeiro para pedir resgate na história dos EUA. A busca por Charley se arrastou por décadas, com vários suspeitos sendo questionados e pessoas dizendo ser o menino desaparecido. No entanto, Charley nunca foi encontrado.

A história tem uma atualização recente. Em março de 2012, ao encontrar um monte de papéis velhos da família, a bibliotecária Bridget Flynn, da Filadélfia, e sua filha Rebecca se depararam com 22 das notas originais de resgate de Charley Ross. Elas continham muitos erros de inglês, e ameaças caso a família avisasse as autoridades. Exatamente como as cartas passaram para posse da família Flynn é quase tão misterioso quanto o que aconteceu com Charley. Flynn herdou as notas de sua avó, mas antes disso sua origem é desconhecida.

3. Cheung Tze-Keung, o sequestrador

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O gangster de Hong Kong Cheung Tze-Keung ganhou o apelido de “Big Spender” (algo como “grande gastador”) pela forma como gastava seu dinheiro, muito do qual ele ganhou através de sequestros. Ele escolhia suas vítimas com sabedoria. A primeira, sequestrada em maio de 1996, era filho de Li Ka-shing, um homem de negócios conhecido como a pessoa mais rica da Ásia. Ele alvejou o filho do homem em vez de Li em si, porque apenas Li poderia levantar o dinheiro que Big Spender queria: HK 1,38 bilhões (cerca de R$ 400 milhões). No ano seguinte, Big Spender sequestrou Walter Kwok, filho de Kwok Tak-seng, um promotor imobiliário bilionário. Desta vez as coisas não correram tão bem. A família Kwok foi inicialmente hesitante em pagar o resgate. Depois de quatro dias, HK 600 milhões (R$ 173 mi) foram adquiridos, mas o tempo de Walter em cativeiro o deixou com cicatrizes psicológicas profundas. Cheung foi preso em agosto de 1998. Ele confessou vários crimes e foi executado em dezembro de 1998.

2. Organização de Libertação Islâmica x URSS

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Em outubro de 1985, quatro diplomatas soviéticos foram tomados como reféns pela Organização de Libertação Islâmica (provavelmente um desdobramento do Hezbollah), para forçar a URSS a cumprir uma série de exigências políticas. Os sequestradores mataram um dos reféns para mostrar sua seriedade, deixando o cadáver em Beirute Ocidental. A partir desse momento, a diplomacia tinha acabado. A KGB (principal organização de serviços secretos da União Soviética) enviou sua elite conhecida como Grupo Alpha, uma unidade antiterrorista, ao Líbano para cuidar desse assunto.

O que aconteceu depois é fruto de especulações lendárias. Ninguém sabe ao certo o que ocorreu, mas várias histórias surgiram para explicar como as famílias dos sequestradores foram localizadas. No conto mais arrepiante, o Grupo Alpha tomou uma dúzia de reféns e mutilou um deles brutalmente, enviando seus restos mortais para o Hezbollah. O mesmo destino aguardava os outros 11 capturados, se os soviéticos não fossem imediatamente liberados – o que aconteceu.

1. Húngara sequestrada por 13 anos

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De que temos conhecimento, o caso de sequestro mais longo da história foi de uma menina húngara, cujo nome não foi revelado, mantida em cativeiro durante 13 anos. O sequestrador era seu próprio pai, que a agredia e molestava sexualmente. Quando foi libertada, a menina tinha 27 anos e estava trancada desde os 14. O caso veio à tona menos de um mês após a resolução do sequestro de Natascha Kampusch, muito coberto pela TV brasileira, mantida em cativeiro também pelo pai durante oito anos na Áustria. Ela foi libertada em 2006.

No Brasil, o sequestro mais longo já registrado foi o de Maria de Lourdes Silva de Oliveira, irmã do jogador de futebol Ricardo Oliveira, do Milan, que foi mantida refém por 160 dias na periferia de São Paulo. Ela foi libertada após uma denúncia anônima por telefone. [Listverse, MundoEstranho]

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