6 atos de vingança que colocam “Kill Bill” no chinelo

Por , em 13.06.2015

Não há nada como o prazer sádico de um bom filme de vingança, como Kill Bill, em que a atriz Uma Thurman corta os membros de todo mundo que vê pela frente.

É legal de ver, mas ainda bem que é tudo fantasia, né? Bem, nesse caso, sim. Mas algumas pessoas levam essa questão da vingança bastante a sério. E é aí que a coisa pode ficar bem feia e, acredite se quiser, pior do que em um filme do Tarantino.

6. A rebelião das irmãs Trung

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Trung Trac e Trung Nhi eram simples irmãs em uma pequena aldeia em algum momento no primeiro século do Vietnã. Elas se destacavam, contudo, pela forma como tinham sido treinadas desde a infância em artes marciais. E isso é um ponto muito importante para a história.

A área na época era governada com mãos de ferro pelos chineses, que tinham uma espécie de política de tolerância zero quando se tratava de subsidiários que atuavam como se fossem independentes. Então, quando o marido de Trac rompeu com a convenção e tomou uma posição sobre essa situação, os senhores da guerra chineses decidiram responder com uma exibição de brutalidade que teria feito o Império Romano orgulhoso.

Eles executaram o rebelde sem rodeios e, em seguida, estupraram a viúva.

A vingança

Não é uma boa ideia fazer confusão com o Vietnã, mesmo se você for uma nação muito poderosa e tecnologicamente superior. O povo de lá sabe kung fu, ou algo assim, e, aparentemente, cada vez que são afrontados eles simplesmente sobem de nível.

Devido aos ensinamentos confucianos tradicionais, os chineses consideravam as mulheres bastante inúteis. Então, eles não perceberam que Trac e Nhi tinham sido educadas em artes marciais barra pesada desde que eram meninas. Lógico, não estavam preparados para o que vinha pela frente.

Para vingar o marido perdido e restaurar a liberdade de seu povo, Trac e Nhi encurralaram os chineses. Elas levantaram um exército de 80.000 mulheres revoltadas que passou a massacrar invasores estrangeiros, exatamente com a mesma cortesia com que seu povo era tratado. Ou pior.

5. Esposa de líder celta assassinado tira um pedaço de Roma

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O Império Romano nunca teve uma reputação de jogar limpo. Na verdade, se você perguntar a um historiador sobre ele, a descrição vai soar como uma mistura entre o Império Star Wars e Mordor.

Isso porque eles não davam mole para ninguém. Quando o rei Prasutagus da tribo celta Iceni morreu, deixando seu reino para sua esposa Boudicca e suas duas filhas, Roma tinha outros planos: queriam invadir a tribo e escravizar os celtas. Boudicca e suas filhas foram açoitadas e estupradas. Infelizmente para Roma, eles não sabiam muito bem com quem estavam mexendo.

A vingança

Tudo o que sabemos sobre Boudicca vem de registros romanos, e eles a descreveram como “alta e terrível, com uma grande massa de cabelos ruivos até os quadris… ela carregava uma lança para incutir terror em todos os que via pela frente”. Os celtas não eram apenas mais uma tribo ambiciosa que partia para cima de Roma. Eles foram uma das civilizações mais aterrorizantes da história do mundo.

Com um exército de ancestrais dos mais virulentos, Boudicca passou um arado de destruição na Grã-Bretanha romana. Seu primeiro alvo foi Camulodunum, o posto avançado romano nas proximidades. A cidade inteira foi destruída em um cerco brutal.

Foram necessárias três legiões romanas para derrubar Boudicca. Antes de ela ter sido interrompida, no entanto, aniquilou três cidades romanas, queimou Londres e massacrou algo em torno de 80.000 posseiros romanos de uma forma que somente os celtas podem apreciar.

4. Dante Alighieri escreveu “A Divina Comédia” em retaliação

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A República de Florença foi por muito tempo dividida quando se tratava do Papa Bonifácio VIII. Metade do país o amava de paixão, enquanto a outra metade o odiava.

Mas a coisa ficou séria mesmo em 1301, quando o Papa nomeou Charles de Valois como pacificador da Toscana. Um político local chamado Dante Alighieri, que era do time que não gostava do Papa, desconfiou que ele tramava algo feio (como de costume), então decidiu viajar a Roma para tentar resolver a questão na conversa.

Em uma jogada de mestre, o Papa convidou Dante para passar um tempo com ele, enquanto secretamente ordenou a Valois que marchasse a Florença com uma milícia armada para derrubar o governo local e instalar um regime amigável a ele.

Para finalizar, Bonifácio, em seguida, multou Dante com uma quantia enorme, como punição por estar em Roma. O novo conselho de Florença aprovou uma declaração de que Dante nunca poderia voltar à cidade, sob pena de morte. Esta ordem não foi revogada até 2008. Como se 700 anos depois essa punição ainda não teria deixado de ser eficaz.

A vingança

O Papa provavelmente deveria ter apenas o matado de vez ao invés de bancar o espertinho, porque Dante passou a difamá-lo pessoalmente no que se tornou uma das obras mais lidas e influentes da literatura no mundo ocidental, a Divina Comédia.

Mesmo sem o auxílio de uma prensa, o estilo de rimas brilhante de Dante e uso da língua italiana com a certeza de que todo mundo iria ouvir o seu lado da história deram um brilho especial à obra. Ele inseriu no seu texto todos aqueles que já haviam o irritado na vida, colocando-os em um Inferno irônico, com um lugar reservado especialmente para o Papa Bonifácio VIII.

No poema épico, o próprio São Pedro denuncia seu papado como “um esgoto cheio de sangue”, e seu trono papal na Terra como “vago”. A catapulta foi tão eficiente que algumas famílias tiveram que construir igrejas inteiras para compensar o dano que Dante tinha feito com seus nomes e empresas.

Hoje em dia, seria o equivalente do Eminem lançar um álbum de 40 faixas em que ele, pessoalmente, difama uma outra pessoa famosa. TODO MUNDO ia ficar sabendo.

3. A vingança de Enrico Dandolo

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O Império Bizantino foi praticamente o Biff Tannen (vilão do filme “De Volta para o Futuro”) da Europa Medieval. Quando o Império Romano do Ocidente começou a decair e se desfazer, seu equivalente oriental, o Império Bizantino, fingiu não ouvir os seus apelos desesperados, estabelecendo assim a reputação de império alfa-babaca no continente europeu.

A política de não ajudar mudou em 1171, quando os bizantinos decidiram na verdade aproveitar e sacaneat a próspera República de Veneza. Como eles fizeram isso? Prendendo seus comerciantes sem motivo, roubando seus bens e os chamando por apelidos depreciativos. Naturalmente, Veneza ficou muito chateada por causa disso, mas, com uma formação pobre de militares, não teve muito o que fazer.

Os bizantinos, então, pensaram que seria divertido cegar Enrico Danolo, o líder de Veneza, e continuar perturbando a cidade por mais 14 anos. O erro foi deixar Enrico vivo, servindo como emissário de Veneza, apesar de não enxergar mais nada.

A vingança

Em 1204, 33 anos após os bizantinos cegarem e subjugarem seu povo, Enrico voltou de Veneza armado até os dentes, e dirigiu os exércitos da Quarta Cruzada para saquear Constantinopla.

Foi um ato de vingança cega (desculpe pelo trocadilho infame) tão brilhante quanto brutal, uma vez que pegou todo mundo completamente de calças curtas. A cidade nunca tinha caído a um inimigo antes, mas este pequeno rapaz conseguiu dar o troco e, de quebra, conquistar todo o Império Bizantino.

Com sua vingança finalmente conquistada, Enrico morreu no ano seguinte, com 90 anos.

2. Pierre Picaud foi o verdadeiro Conde de Monte Cristo

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Em 1807, um cara francês chamado Pierre Picaud tinha tudo o que queria da vida: um emprego estável como sapateiro, uma casa nos arredores da bela Riviera Francesa, e uma namorada francesa insanamente maravilhosa.

Todo mundo conhece (e odeia) um cara sortudo como esse. Três amigos de Pierre, Loupian, Solari e Chaubart, sempre quiseram ver o cara por baixo, então quando ele eventualmente pediu sua namorada em casamento, aproveitaram a oportunidade para planejar a brincadeira de despedida de solteiro mais tosca da história: enviaram uma carta ao governo acusando Pierre de ser um espião inglês.

Pierre, então, foi preso de forma brutal e encarcerado na fortaleza Fenestrelle por sete anos sem de fato ter uma acusação formal. Para tornar as coisas ainda piores, seu ex-amigo Loupian passou esse tempo confortando Pierre ao ficar com a ex-futura-esposa dele.

A vingança

Se você acha que eu estou apenas copiando a história de “O Conde de Monte Cristo”, você está quase certo. O cara que escreveu esse livro, Alexandre Dumas, baseou seu romance em registros detalhados da polícia sobre o verdadeiro caso de Pierre Picaud, cuja incrível história de vingança era quase estranha demais para ser tomada como verdade.

Os detalhes são um pouco vagos, mas em algum momento durante a prisão de Pierre, de alguma forma ele se tornou um milionário. Aparentemente, ele tinha um companheiro de cela rico chamado Torri com quem iniciou uma amizade tão estreita que acabou ganhando sua fortuna depois que ele morreu. Ou isso, ou ele assaltou um carro blindado, enquanto em liberdade condicional. De qualquer forma, Pierre fez uso de sua riqueza recém-descoberta para exigir justiça.

Ao longo de 10 anos, Pierre usou sua nova riqueza para bolar um truque para arruinar e assassinar seus opressores. Um por um, seus antigos amigos acabaram misteriosamente mortos, mas era para Loupian que ele estava planejado o final mais dramático.

Pierre primeiro enganou a filha do homem para se casar com um criminoso, matando a pobre menina de choque. Em seguida, queimou o negócio de Loupian, fez com que o filho dele fosse preso e colocou um fim definitivo nas coisas esfaqueando o homem.

Pierre acabou sendo sequestrado e morto por um quarto amigo, Allut, que sabia o que ele estava fazendo, mas não o suficiente para denunciá-lo. De acordo com a polícia francesa, sua confissão no leito de morte teria sido insanamente detalhada, tornando-se a base para a história inteira, o que significa que a única razão pela qual conhecemos essa vingança é porque Pierre não viveu tempo o suficiente para terminar seu trabalho.

1. Não mexa com Genghis Khan

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Depois que Genghis Khan decapitou tudo o que encontrou no caminho pela Ásia como uma máquina, o Império Mongol entrou em contato direto com o Oriente Médio pela primeira vez em sua história. Como sinal de boa vontade, Genghis enviou uma caravana de 450 homens para o vizinho Império Khwarezmid, levando presentes (que devem ter sido algo como diamantes e prostitutas).

Não sabemos o que Genghis fez para irritar os Khwarezmids, mas eles não demonstraram agradecimento pelo agrado. Na verdade, o governador Inalchuq de Otrar matou toda a caravana, menos um mercador mongol.

Genghis, neste momento, estava disposto a dar a seus vizinhos outra chance, imaginando que talvez eles simplesmente não tinham entendido a brincadeira. Ele enviou uma delegação para o chefe de Inalchuq, Shah Ala Muhammad II, para perguntar o que tinha acontecido. Shah respondeu cortando as cabeças dos embaixadores mongóis.

A vingança

Quando ficou sabendo do massacre de seu enviado, Genghis silenciosamente saiu para as montanhas para contar até 10 e se recompor. Depois de pensar por alguns dias, voltou revigorado e, em seguida, deu a Khwarezmid algo que o mundo não veria até a Segunda Guerra Mundial.

Para vingar seus mensageiros perdidos, Genghis recrutou três de seus melhores “quatro cães de guerra”, incluindo Subutai, mais conhecido como o maior general da história. Após montar um cerco em torno da fortaleza de Inalchuq durante seis meses com tecnologias chinesas recém-adquiridas, Genghis finalmente teve um reembolso de seu “agrado” ao, supostamente, derramar prata derretida nos olhos e na boca de Inalchuq. Em seguida, foi a vez de Shah.

Genghis Khan invadiu Khwarezmia com algo em torno de 200 mil dos soldados mais bem treinados do mundo, destruiu um exército que era cinco vezes maior e até mesmo desviou rios para limpar o berço do sultão do mapa.

No momento em que Genghis terminou o serviço, nem mesmo os animais foram poupados. Todo o império foi literalmente apagado, seus quatro milhões de habitantes reduzidos a montes de esqueletos.

O próprio Shah fugiu para uma ilha no Mar Cáspio, onde morreu de pleurisia, falido e sozinho. Assim, o ditado popular de “não matar o mensageiro” ficou popular (pelo menos em algum lugar do mundo). [cracked]

3 comentários

  • Rafa El:

    “A vingança nunca é plena. Mata a alma e a envenena.”

  • Marwin Soares Damaceno:

    Em relação a 4º vingança, hoje em dia é só aparecer na mídia com cara de sonso, parecendo uma pessoa muito pura e dizer eu perdoo ele.

  • Lucimar Correa Silva:

    palmas para estas pessoas que deram aos malfeitores o que eles mereceram

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