Agora Você Pode se Tornar um Cogumelo Após a Morte
Na cidade de Delft, na Holanda, surgiu uma solução inovadora para aqueles que estão sempre de olho na sustentabilidade, quer estejam vivos ou… bem, não tão vivos assim.
O inventor holandês está fabricando caixões eco-friendly utilizando micélio, a rede complexa de “raízes” de cogumelos, combinada com fibras de cânhamo. Colocada em um molde, essa mistura se transforma em um caixão em apenas sete dias, que lembra bastante um sarcófago egípcio sem pintura. Quem diria, uma múmia sustentável!
Em contraste com os caixões de madeira convencionais, que são produzidos a partir de árvores que levam anos para crescer e se decompor, esses caixões à base de cogumelos desintegram rapidamente, devolvendo os restos mortais à terra em pouco mais de um mês. É a natureza acelerando o processo, de forma sustentável!
Em uma era em que a expressão pessoal é valorizada, a morte e os funerais muitas vezes permanecem presos a costumes antigos, que podem não se alinhar com as preferências do falecido ou de sua família.
Shawn Harris, um investidor americano na Loop Biotech, a empresa por trás dos caixões, observou que, embora os costumes de enterro variem, muitas pessoas estão buscando alternativas para as práticas padrão que estão em vigor há séculos. Quem sabe, no futuro, funerais possam virar até uma festa sustentável!
A Loop Biotech acredita que seus produtos fornecem uma solução ideal para aqueles comprometidos em viver – e morrer – em harmonia com o meio ambiente.
O fundador da empresa, Bob Hendrikx, um jovem de 29 anos que ostenta orgulhosamente uma camiseta “Eu sou compostagem”, realizou extensas pesquisas sobre a natureza, particularmente cogumelos, devido às suas notáveis habilidades de reciclagem. Daí nasceu a ideia do caixão à base de cogumelos, que pode ser decorado com musgo para cerimônias de enterro.
Para aqueles que preferem cremação, a Loop Biotech também produz uma urna ecológica que pode ser enterrada com uma jovem árvore brotando dela. À medida que a urna se decompõe, as cinzas fertilizam a árvore. Já pensou, se tornar uma macieira ou uma araucária depois de morto?
Hendrikx explica que, em vez de a morte ser o fim da jornada, esses produtos permitem que os indivíduos contribuam para o ciclo da vida, nutrindo uma nova planta ou árvore. É uma forma de ser parte de algo maior, ele diz.
Na tentativa de colocar a natureza no centro dos seus serviços funerários, a Loop Biotech fez parceria com a Nature Burials Netherlands para oferecer opções de enterro em seis habitats específicos dentro de parques protegidos.
A Loop Biotech tem a capacidade de produzir 500 caixões ou urnas por mês, e seus produtos estão sendo enviados para toda a Europa. Segundo Hendrikx, o conceito encontrou favoritismo particular nos países nórdicos, onde a consciência ambiental é alta e os cogumelos, como parte do ecossistema, são melhor compreendidos. Afinal, todos nós fazemos parte deste grande cogumelo chamado Terra, não é mesmo? [Huff Post]
