Varreduras térmicas revelaram uma “anomalia” na Grande Pirâmide de Gizé
Uma equipe internacional de pesquisadores está digitalizando as pirâmides do Egito com a mais recente tecnologia, na esperança de descobrir mais sobre as três estruturas mais famosas do país, localizadas em Giza.
Pelo menos uma descoberta interessante já foi feita: focos de calor misteriosos, incluindo um particularmente grande no interior da Grande Pirâmide de Gizé, também conhecida como Pirâmide de Khufu.
Como diferentes materiais – por exemplo, ar e rocha – mantêm o calor de forma diferente, essas “anomalias térmicas” podem ser um sinal de vazios abaixo da superfície, potencialmente indicando fissuras ou cavidades, ou até mesmo passagens ou túmulos secretos.
Diferenças impressionantes na Grande Pirâmide de Gizé
A digitalização térmica revelou que há muitas dessas mudanças de temperatura em todas as pirâmides.
A mais impressionante está localizada no lado oriental da Pirâmide de Khufu ao nível do solo. A verificação foi feita durante todo o dia, o que significa que os pesquisadores foram capazes de acompanhar as mudanças de temperatura conforme as pirâmides aqueciam após o nascer e arrefeciam depois do pôr do sol.
Através do monitoramento da velocidade desse aquecimento e arrefecimento, os cientistas puderam isolar várias anomalias persistentes.
Embora a diferença de temperatura entre a maioria dos blocos de calcário adjacentes era entre 0,1 a 0,5 graus Celsius, a anomalia na Grande Pirâmide era 6 graus mais quente do que os tijolos que a cercavam.
O que isso significa?
Até agora, há uma abundância de hipóteses quanto ao que isso pode indicar. Os principais pressupostos são áreas vazias, correntes internas de ar ou diferentes materiais de construção.
A boa notícia é que o estudo continuará até o final de 2016, e a varredura térmica é apenas o primeiro passo.
Em seguida, os pesquisadores pretendem utilizar infravermelhos, partículas cósmicas conhecidas como múons, radiográficos e reconstrução 3D para tentar mapear os segredos guardados dentro das pirâmides construídas entre 2613 e 2494 aC.
Egiptólogos esperam que as descobertas lancem luz sobre as estruturas e as pessoas que as arquitetaram cerca de 4.500 anos atrás. “No mínimo, esta anomalia irá lançar luz sobre as técnicas de construção da 4ª dinastia egípcia”, disse a egiptóloga Beth Ann Judas ao jornal The Huffington Post. [ScienceAlert]