Astrônomos descobrem que o universo é muito maior do que pensávamos e contém ao menos 2 trilhões de galáxias
Um grupo internacional de pesquisadores liderado por Chistopher Conselice, professor de astrofísica da Universidade de Nottingham (Reino Unido), descobriu que o universo contém pelo menos 2 trilhões de galáxias, 10 vezes mais do que se pensava anteriormente. O estudo foi publicado na revista Astrophysical Journal.
A tentativa de determinar quantas galáxias existem no universo observável é um objetivo antigo dos astrônomos. Nos últimos 20 anos cientistas usaram imagens do Telescópio Espacial Hubble para estimar que o universo que podemos ver contém entre 100 a 200 bilhões de galáxias. A tecnologia existente hoje nos permite estudar apenas 10% dessas galáxias, enquanto o restante só será observável quando telescópios melhores forem desenvolvidos.
A pesquisa do professor Conselice é resultado de um trabalho que já dura 15 anos. Tudo começou com um investimento científico da Royal Astronomical Society conquistado pelo aluno de graduação Aaron Wilkinson, que hoje é aluno de PhD na Universidade de Nottingham.
Para chegar ao número 2 trilhões de galáxias, a equipe criou mapas em 3D com informações de telescópios ao redor do mundo, principalmente do Hubble. Isso permitiu que eles calculassem a densidade das galáxias, assim como o volume de uma pequena região do espaço, para em seguida partir para a próxima região. Esse trabalho detalhado permitiu que o grupo estabelecesse quantas galáxias havíamos deixado passar.
O resultado do estudo foi baseado nas medidas das galáxias observadas em diferentes épocas – diferentes momentos do tempo – de acordo com a história do universo. Quando os pesquisadores examinaram quantas galáxias existiam em um determinada época, eles descobriam que havia significativamente mais em momentos anteriores.
É provável que quando o universo tinha apenas alguns poucos bilhões de anos de existência, houvesse dez vezes mais galáxias em um determinado volume de espaço do que em um volume semelhante atualmente. A maioria dessas galáxias eram sistemas de pouca massa com massas similares à das galáxias satélites que circundam a Via Láctea.
“Isso é muito surpreendente levando em consideração que através dos 13,7 bilhões de anos de evolução cósmica desde o Big Bang, galáxias têm crescido em formação de estrelas e se unido a outras galáxias. Encontrar mais galáxias no passado quer dizer que uma evolução significativa deve ter ocorrido para reduzir seus números através de sistemas de união extensivos”, diz Conselice.
“Estamos deixando de ver a maioria das galáxias porque elas são muito fracas e distantes. O número de galáxias no universo é uma questão astronômica fundamental, e ocupa a nossa cabeça pensar que 90% das galáxias no cosmo ainda devem ser estudadas. Quem sabe quais propriedades interessantes vamos encontrar quando estudarmos essas galáxias com as próximas gerações de telescópios?”, questiona ele. [Phys.org]