Caçada aos misteriosos “unicórnios do mar” começa

Por , em 6.11.2011

As frias águas do Ártico são a terra de animais quase míticos, chamados algumas vezes de “unicórnios do mar” devido ao longo chifre cor-de-marfim que sai de suas cabeças.

Em todo o mundo, há apenas entre 50 e 80 mil “narwhals”, como eles são mais conhecidos, com algo em torno de dois terços dessas baleias vivendo nos fiordes e enseadas de Nunavut, no norte do Canadá.

Cientistas esperam aprender mais sobre esses animais rastreando-os enquanto se movem pelas geladas águas do Canadá, assim como os efeitos do degelo nas criaturas.

“Apesar de estarmos trabalhando para entender melhor o narwhal nos últimos sete ou oito anos, foi só recentemente que descobriram como colocar rastreadores neles, para sabermos onde vão e o que comem,” disse Pete Ewins, um especialista em espécies do Ártico do grupo ambientalista WWF-Canada.

Um novo projeto marcou nove narwhals na província de Nunavut, em agosto. Os cientistas pesaram as baleias, que podem chegar a 1600 quilogramas, e instalaram um transmissor de sinais feito de varas de Teflon perto da parte dorsal do animal.

“O sistema inteiro não é maior do que um celular Blackberry com um pequeno transmissor que chega no máximo ao tamanho de um lápis”, afirmou Ewins.

Quando um narwhal vem a superfície, a unidade de rádio entra em contato com o ar e ativa a transmissão do sinal. A localização do animal é então enviada via satélite para os pesquisadores.

Das nove baleias com o dispositivo, sete ainda possuem rastreadores funcionando. Nas outras, o sistema ou parou de funcionar ou caiu. Eventualmente, todos os transmissores serão expelidos pelo sistema imunológico dos animais.

Mesmo que sete baleias não sejam uma grande amostragem, Ewins disse que muita informação pode ser ganha observando aonde elas vão. “Sua posição diz a profundidade das águas onde elas vão passar os dias escuros de inverno”, comentou.

Além das coordenadas básicas, sensores digitais registram a profundidade e a duração de cada mergulho das baleias. Desses dados, cientistas podem inferir o que elas estão comendo durante as diferentes épocas do ano, e como a espessura do gelo marítimo nas diferentes partes do Ártico modifica seu comportamento.

Os dados também podem ser usados para fazer pressão no sentido de manter as águas nórdicas livres do óleo e da exploração de gás. Já que as narwhals são protegidas e sensíveis acusticamente, conhecer sua localização pode ajudar o governo a tomar melhores decisões para preservar os ambientes marinhos. [LiveScience]

13 comentários

Deixe seu comentário!