Carros que obedecem ao pensamento: sistema detecta intenção de frear do motorista
Imagine se você só precisasse pensar em frear para o carro fazer o resto para você.
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Berlim conectaram eletrodos ao couro cabeludo de voluntários dentro de um simulador de direção. Eles queriam testar um sistema que detecta a intenção de freio, cortando em metros a distância da frenagem.
18 voluntários foram orientados a manter uma distância de 20 metros atrás do carro simulado, que freava bruscamente em intervalos aleatórios. Os cientistas usaram uma técnica chamada eletroencefalografia (EEG) para analisar os sinais do cérebro dos pilotos.
O sistema foi capaz de identificar a intenção de freio 13 centésimos de segundo antes de o motorista aplicar pressão sobre o pedal de freio. Isso quer dizer que, a uma velocidade de 100 km/h, a distância de frenagem foi reduzida em 3,66 metros.
Os pesquisadores também analisaram a tensão muscular nas pernas dos voluntários para detectar os primeiros sinais de movimento da perna antes de soltarem o acelerador e empurrarem o pedal de freio. Estes dados permitiram aos cientistas determinar quais partes do cérebro são fundamentais para a frenagem, a fim de melhorar o sistema.
O Instituto de Física diz que esta é a primeira vez que a técnica EEG foi usada para ajudar na frenagem. No entanto, ela já é utilizada para ajudar pessoas paralisadas no controle de computadores, próteses e cadeiras de rodas.
Porém, os pesquisadores afirmam que deve haver um bom caminho a percorrer antes de a técnica EEG poder ser usada como um auxiliar de segurança em situações reais de condução.
Primeiro, porque ela exige que o motorista use uma touca de plástico com 64 eletrodos cobertos com gel condutor. Ou seja, não é nada confortável, além de demorar até meia hora para se ajustar, e exigir que os usuários lavem o cabelo para tirar o gel depois do uso.
Segundo, porque os usuários da touca também devem se manter parados, coisa que nem sempre é possível ao dirigir, especialmente durante a execução de uma parada de emergência. E terceiro, porque mais trabalho precisa ser feito para evitar alarmes falsos – a máquina ainda pode interpretar mal os sinais do cérebro dos motoristas e frear desnecessariamente.
A equipe espera trabalhar com a indústria automotiva para combinar sua técnica de EEG com sistemas de radar a laser, que detectam obstáculos como paredes, sinais de trânsito e outros veículos. Os dois combinados devem dar uma máquina e tanto, não? [BBC]
3 comentários
É legal para pessoas com deficiência, mais eu mesmo prefiro dirigir com as minhas mãos !
Será que esse carro sabe quando queremos tomar uma gelada?
ai me avise ….ficaria muito agradecido…!!
Eu me pergunto até onde será possível fazer essa leitura cerebral… Será que teremos carros 100% guiados por “telepatia”? Que podem, por exemplo, detectar e impedir de se dirigir bêbado?