Cérebro de mães com depressão pós-parto funciona de forma diferente
Se você já foi mãe, ou teve que conviver com uma logo após o nascimento de uma criança, o conceito de “depressão pós-parto” (chamada em inglês com o açucarado apelido de “baby blues”) pode fazer muito sentido. É uma condição psicológica negativa, que acomete cerca de três quartos das mamães pelo mundo, e tem uma variedade de sintomas. Ansiedade, stress, e “falta de confiança” na própria capacidade de assumir a maternidade são os principais sinais detectáveis. Cientistas continuam debatendo sobre as diferenças entre o cérebro de uma mãe com depressão pós-parto, comparado ao das que não sofrem com isso. Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh (Pensilvânia, EUA) parecem ter chegado a algumas conclusões.
Os pesquisadores recrutaram 14 novas mães com sintomas da depressão, em comparação com outras 16 que não foram diagnosticadas com o problema. Elas tiveram seus perfis psicológicos e neurológicos analisados a fundo enquanto olhavam para fotos de rostos com expressões tristes ou felizes.
Descobriram o seguinte: a depressão pós-parto funciona de maneira inversa à depressão “tradicional”. Via de regra, pessoas depressivas são mais sensíveis a imagens fortes e choques psicológicos. Nesse caso, foi o contrário: as mães com depressão pós-parto pareciam mais indiferentes às emoções. Segundo os pesquisadores, isso pode refletir no tratamento com os bebês: mães depressivas tendem a dar menos atenção aos filhos, geralmente por dificuldades de interação social.
O que ainda falta concluir, de acordo com os autores do estudo, são as causas que levam uma mulher à depressão pós-parto. Não se sabe, por exemplo, se o distúrbio psicológico se manifesta apenas após o nascimento da criança, durante a gravidez (provavelmente devido a um trauma, ou se a gravidez tiver sido indesejada), ou a mulher já tende a ser depressiva enquanto ainda nem engravidou. [New Scientist]
1 comentário
Que a mulher já tem a propensão, isso é evidente. Mas é logo após o nascimento da criança. Sei disso. Passei por isso. E é terrível, principalmente na época que passei. Não havia tanta informação e era tudo considerado “frescura”. Hunf!
Benditos tempos atuais!