Ancestral de TODOS os animais é encontrado em fóssil australiano

Por , em 24.03.2020

Uma criatura recém-descoberta que parece uma mini-jujuba é o parente em comum mais distante dos humanos e da grande maioria dos outros animais já encontrado. O fóssil de pelo menos 555 milhões de anos foi encontrado em rochas no estado da Austrália Meridional (Austrália) pela equipe liderada por Scott Evans, do Museu Nacional de história Natural Smithsonian (EUA).

“A principal descoberta desse artigo é que este é possivelmente o bilateral mais antigo e reconhecível registrado. Como humanos são bilaterais, nós podemos dizer que esse é um parente muito antigo e possivelmente um dos primeiros na diversificada árvore da vida bilateral”, explica Evans.

Organismos bilaterais têm uma parte frontal e posterior, um plano de simetria que resulta em um lado direito e um lado esquerdo e frequentemente um sistema digestivo com duas aberturas em extremidades opostas. Humanos, porcos, borboletas e caranguejos são bilaterais, enquanto águas-vivas e poríferos não são.

Essa criatura minúscula tem entre 2 e 7mm de comprimento, com uma extremidade mais larga que a outra. E é justamente esta sutil diferença que confere a ela a classificação como um animal que tem frente e costas.

O organismo foi chamado de Ikaria wariootia, em homenagem ao riacho Warioota que fica perto do local onde o fóssil foi encontrado. Os pesquisadores não encontraram só um exemplar deste fóssil, mas centenas deles. A descoberta é surpreendente porque é muito difícil encontrar animais de corpo mole tão antigos.

O Ikaria wariootia é um antepassado comum entre peixes, anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos. É possível que ele tenha habitado sedimentos em ambientes marinhos rasos e que sua forma de locomoção tenha sido através da contração de grupos de músculos.

A alimentação desses bichinhos provavelmente consistia em matéria orgânica ou animais mortos. Os pesquisadores explicam que eles parecem ter tido algum tipo de sensor para localizar o alimento e o oxigênio. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. [The Guardian]

Deixe seu comentário!