Análise de DNA pode salvar demônios da Tasmânia de câncer altamente mortal
Nos últimos 15 anos, um câncer que se espalha por contato físico tem devastado os demônios da Tasmânia, animais que habitam a ilha australiana da Tasmânia.
Uma vez que um animal contrai a infecção, o que os cientistas acreditam que acontece quando eles mordem uns aos outros, os tumores crescem em seu rosto e pescoço, eventualmente levando o bicho a morte por fome. Uma infecção pelo câncer, conhecido como Tumor Facial Demoníaco, é 100% fatal.
Como a análise de DNA pode salvá-los?
Para evitar que os demônios sejam extintos, alguns pesquisadores estão mantendo certos animais seguros em cativeiro, enquanto o câncer segue seu curso na selva. Mais tarde, os animais protegidos poderiam restabelecer uma população selvagem.
Agora, o código genético de dois demônios da Tasmânia – apelidados de “Spirit” e “Cedric” – pode ajudar a preservar uma população desses grandes marsupiais carnívoros saudável.
A estratégia do cativeiro será mais eficaz se informações genéticas forem usadas para ajudar a selecionar os animais a serem salvos.
A variação genética é crucial para uma população saudável, porque permite que os organismos respondam melhor às ameaças, como doença ou mudança de habitat.
Os pesquisadores decifraram os genomas de dois demônios infectados pelo câncer. A partir dessas sequências genéticas, eles selecionaram 1.536 pontos em que uma variação no código genético ocorreu. Então, olharam para a variação nesses pontos em 175 demônios.
Esse processo deu-lhes um sentido de diversidade entre os animais. Para se ter uma ideia de como o DNA do demônio da Tasmânia mudou através do tempo, a equipe analisou algumas das mesmas variações genéticas em nove demônios preservados em museus, o mais antigo sendo de um século ou mais atrás – e concluiu que não há muita diferença entre eles.
Usando pistas do desenho genético dos demônios, os conservacionistas devem ser capazes de recriar uma população saudável de animais. Os pesquisadores sugerem que a gama de demônios pode ser dividida em até sete zonas e um número igual de demônios retirados de cada zona para garantir uma população saudável futura.
Embora não seja um fenômeno recente, a baixa diversidade entre os demônios pode desempenhar um papel no sucesso do câncer. Ao contrário de outros tipos de câncer, que derivam da proliferação descontrolada de células dentro de um organismo, esse tipo de câncer é como um transplante.
Em outros animais, o sistema imunológico reconheceria as células do tumor como “estranhas” e as atacariam. No entanto, como todos os demônios são tão geneticamente similares, os cientistas acreditam que seus organismos perderam essa capacidade.
Os pesquisadores também sequenciaram o genoma de um tumor encontrado em um dos dois demônios, Spirit. Eles descobriram que o tumor não compartilhou o genoma e, portanto, não era derivado de suas células. O outro demônio, Cedric, apresentou resistência a algumas cepas do câncer, mas acabou sucumbindo à doença.
Os 1.536 pontos analisados na pesquisa eram apenas marcadores, e não foram associados com características específicas dos demônios. Mais tarde, os cientistas querem refinar a análise e substituir esses marcadores com variações mais cuidadosamente escolhidas, incluindo algumas que poderiam estar associados com a resistência ao câncer.[LiveScience]
5 comentários
Pra quem veiculava essa hipótese, saiba que os humanos já desenvolvem doenças cujo início baseia-se em fatores do seu próprio corpo, como o câncer, e passíveis de contágio. Falo das doenças priônicas. E o exemplo mais famoso é a Encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida por doença da vaca louca.
Que o Taz e seus parentes sobrevivam para sempre.
Talvez essa pesquisa já ajude se houver um caso assim entre os humanos.
Os cientistas estão de parabéns e nós temerosos.há alguns tempo atrás era impensável a possibilidade de transmissão de câncer.Quem nos garante que isso não posa ocorrer entre humanos?
Estes cientistas estão de parabéns! Estão investindo em pesquisas para salvar este animalzinho. O exemplo deles deve
ser seguido por outros países, se cada país investisse 0.5% de seu orçamento mensal na defesa da fauna e da flora local muitas florestas e vida selvagem não estariam sucumbindo a devastação humana desemfreada! O que falta é vontade política nestes países! Um dia estes pequenos animais nos farão falta…