Éguas abortam “propositalmente” seus potros por causa dos machos

Por , em 31.03.2011

Segundo um novo estudo, éguas gestantes são propensas a perderem seus potros se forem mantidas próximas a machos.

Criadores de cavalo frequentemente enviam éguas para estábulos para serem acasaladas com garanhões. A pesquisa revela que, quando retornam, as éguas grávidas se envolvem em “relações sexuais promíscuas” com os machos de seu próprio estábulo, em uma tentativa de disfarçar a paternidade do potro. Quando isso não é possível, as éguas podem abortar a gravidez.

Aborto natural provocado quimicamente é um fenômeno bem estudado na biologia, conhecido como o efeito de Bruce. Esse efeito tem sido observado principalmente em roedores, onde o cheiro de urina masculina faz com que uma fêmea grávida aborte.

As descobertas podem explicar o alto índice de interrupção de gravidez em animais domésticos.
Os especialistas acreditam que esse comportamento sexual estranho pode ter evoluído por causa do risco de infanticídio visto em muitas espécies que vivem em grupos sociais machistas, nos quais os machos matam filhotes de outros machos em uma luta pela supremacia.

O estudo se baseou em um questionário respondido por criadores de cavalos. As respostas mostraram que as éguas acasaladas com “garanhões estrangeiros” (de outros estábulos) abortaram em quase um terço dos casos. Por outro lado, nenhuma das éguas acasaladas no seu próprio estábulo abortaram.

Também, as éguas eram mais propensas a ter gestações interrompidas quando os parceiros de acasalamento de seu estábulo ficavam em compartimentos adjacentes. Éguas que foram separadas dos machos e, portanto, fisicamente incapazes de disfarçar a paternidade de seu potro tinham mais chances de abortar.

Segundo os pesquisadores, a atitude da égua “impede” um “desperdício de energia” em produzir prole que provavelmente ela vai perder para o infanticídio.

A ideia de que animais domésticos podem adotar essa estratégia veio a partir do estudo do infanticídio nos primos dos cavalos selvagens, as zebras.

Para evitar a endogamia nas zebras em cativeiro, jardins zoológicos ocasionalmente introduzem um novo macho no rebanho. Essa prática aumenta a probabilidade de potros serem perdidos durante a gravidez.

Segundo outros estudos com zebras, se um novo macho for trazido para o rebanho para acasalar logo após uma fêmea ficar grávida, a chance do potro sobreviver é inferior a 5%. A sobrevivência aumenta para mais de 60% após o potro ter pelo menos um mês de idade.

Os cientistas acreditam que as zebras e cavalos domésticos têm evoluído “estratégias de aborto” similares. Eles pensam ser possível que as éguas “tomem a decisão” de encerrar sua própria gravidez.

Embora o mecanismo por trás dessa alta taxa de abortos equinos ainda não seja conhecido, os pesquisadores afirmam que o estudo tem uma mensagem muito prática para os criadores de cavalos: o transporte de éguas para o acasalamento ou inseminação artificial exige cuidado. Trazê-la de volta a um ambiente com machos é obviamente prejudicial, sendo provavelmente uma das principais causas do alto percentual de interrupção de gravidez em animais domésticos. [BBC]

10 comentários

  • Karol Granchi:

    Não é muito diferente por aqui…

  • seumelãonosmeuslabios:

    Essas éguas são umas taradas, piriguéts alucinadas….

  • G:

    Para começar isso não tem nada a ver com Deus, porque é que as pessoas têm mania de colocar Deus em tudo o que não entendem?

    Segundo; O termo gravidez não está errado, no inglês (artigo original) o termo para prenhez e gravidez é o mesmo dado que o fenômeno É O MESMO, o ser humano tem mania de querer se diferenciar dos animais entretanto esquece que ele mesmo é um, ou vcs pensam que são fungos, bactérias, protozoários?

    Gabriella seu comentário foi o mais aceitável de acordo com o contexto.

    Lí o artigo original na íntegra e há algumas falhas, por exemplo, para começar, a sociedade dos equinos, pelo menos dos cavalos é MATRIARCAL e quem “manda” (usando uma linguagem simples), é a égua mais velha, não o garanhão mais forte ou coisa do gênero.

    Sim, a observação crua deste comportamento pode e demonstra sim, uma consciência, um raciocínio.

    Entretanto, na minha opnião, o artigo não apresenta informações suficientes que relevem a interpretação dos motivos do comportamento sendo, o estudo, viável apenas, para a observação crua de um comportamento. Aposto que não foi levado em consideração nem mesmo a aceitabilidade da égua ao cavalo “estranho”, dado que para casos de reprodução simplesmente fazem a monta, colocam peia na égua evitando qualquer chance dela recusar a monta e por aí vai.

    A questão é interessante, entretanto não achei o artigo muito esclarecedor, servindo, na minha opnião, apenas para demonstrar a existência de um comportamento que até então não foi explicado.

  • Gabriella Capanema:

    Ai ai ai… é apenas uma matéria que mostra que éguas tomam decisões em prol da evolução da espécie, denotando uma espécie de raciocínio no bicho.

    O que religião tem a ver com isso? Por que simplesmente as pessoas não se focam e fezem comentários APENAS sobre o conteúdo da matéria?

    Acho uma falta de respeito isso. Parece que a informação nem é assimilada. Nada contra religião, mas acho que foge ao objetivo deste espaço.

  • Mateine:

    Cesar,
    Você perdeu uma ótima oportunidade para se calar. Talvez eu também devesse me calar, mas sinceramente não pude suportar tamanha pequenez. Não estou aqui defendendo a Deus, porque na verdade, se Ele precisasse de defesa, Deus Ele não seria. Estou apenas expressando meu ponto de vista, sem defender nenhum postulado. Apenas me envergonho quando vejo pessoas como você, defender pareceres como se tivesse respostas. Feliz aquele que está pronto pra ouvir e se tarda em falar. Apenas pense que caso você esteja equivocado em seus julgamentos a respeito de Deus, quanta coisa você estará desperdiçando. Olhe bem para dentro de você e encontrará muitas respostas, mas lembre-se que um recipiente cheio não pode receber mais conteúdo.

  • Rowibema:

    ‘Gravidez’ ou ‘prenhez’?

  • Baw:

    César não tá sendo irônico, ele só criticou o cristianismo. Além de citar algumas coisas meio politicamente incorretas que ocorrem na natureza, que muita gente considera como a coisa pura e intocada pela maldade do homem.

  • Indigo:

    Aborto, assassinato, estupro, nedrofilia, homossexualismo, etc. tudo isso pode ter um resultado positivo na natureza. Foi a lei do homem que definiu esse atos como errados, por causarem desarmonia na sociedade humana.

  • Ana:

    Cesar vc se contradiz muito…..
    Deus, Javé? Criacionismo está certo?
    Você deve estar sendo irônico. Ai sim entenderia seu coementário.
    Só pode, com tamanho absurdo em um único comentário.

  • Cesar:

    Pois é, o infanticídio, o aborto e a homossexualidade são comuns na natureza, golfinhos se reúnem em gangues para estuprar fêmeas e fazer bulling em golfinhos menores, e aí eu me pergunto, “onde está o seu deus agora?”

    Pensando bem, uma natureza com infanticídio, aborto, comportamentos sexuais heterodoxos, estupros, bulling, tudo isto combina bem com javé, o cara que mandava matar velhos e crianças, homens e mulheres, mas poupar as virgens que fossem bonitas. Isto tem que ser uma prova de que o criacionismo está certo…

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