Arqueólogo pode ter descoberto o segredo do alinhamento quase perfeito das pirâmides
Como os antigos egípcios construíram estruturas tão impressionantes e alinhadas sem tecnologia moderna?
O arqueólogo e engenheiro Glen Dash tem uma ideia. Ele pode ter descoberto como as imponentes pirâmides de Gizé foram arquitetadas de forma tão virtuosamente reta.
Alinhamento
Durante séculos, as pirâmides egípcias intrigaram os pesquisadores – de suas misteriosas câmaras ocultas até seu alinhamento quase perfeito.
Por exemplo, os lados quadrados de 138,8 metros da Grande Pirâmide de Gizé, em geral, são alinhados quase perfeitamente ao longo dos pontos cardeais, norte-sul-leste–oeste.
“Os construtores da Grande Pirâmide alinharam o grande monumento aos pontos cardeais com uma precisão de mais de quatro minutos de arco, ou um décimo quinto de um grau”, afirma Dash.
Na verdade, todas as três maiores pirâmides egípcias – duas em Gizé e uma em Dahshur – são notavelmente alinhadas, de uma maneira que não esperaríamos ver em uma era sem drones, plantas e computadores.
“Todas as três pirâmides exibem a mesma margem de erro; são giradas ligeiramente no sentido anti-horário a partir dos pontos cardeais”, explica Dash.
Como?
Embora existam muitas hipóteses sobre como os antigos egípcios fizeram isso, por exemplo, usando a estrela polar ou a sombra do sol como guias, ninguém foi capaz de desvendar exatamente como elas foram construídas.
Em 2018, Dash surgiu com uma ideia simples: há aproximadamente 4.500 anos, os egípcios poderiam ter usado o equinócio para alcançar um alinhamento virtualmente perfeito.
Duas vezes ao ano, em março e em setembro, o sol, em sua órbita aparente, cruza o plano do equador terrestre, e a duração do dia e da noite são praticamente iguais.
Anteriormente, as medições de equinócios haviam sido negligenciadas como um possível método de alinhamento, uma vez que se supunha que não forneceriam precisão suficiente.
No entanto, um experimento realizado por Dash mostra que há uma maneira de isso ter funcionado – usando um objeto conhecido como gnômon.
O experimento
Dash fez sua experiência no equinócio de 22 de setembro de 2016, usando um gnômon para lançar uma sombra.
Em seguida, rastreou o ponto da sombra em intervalos regulares, formando uma curva suave. No final do dia, com um pedaço de corda, interceptou dois dos pontos da curva criando uma linha quase perfeita correndo do leste para o oeste.
Isso também é conhecido como “método do círculo indiano”. Você pode vê-lo em ação aqui:
Dash concluiu que, no equinócio, a sombra corre em linha reta quase perfeitamente leste-oeste, e o grau de erro é ligeiramente anti-horário, o que é semelhante à margem de erro encontrada no alinhamento das pirâmides em Gizé.
Questionamentos
O experimento foi realizado em Connecticut, nos EUA, mas Dash disse que a mesma coisa deveria funcionar no Egito. Ele acrescentou que os egípcios teriam sido capazes de calcular o equinócio de outono contando 91 dias adiante do solstício de verão, por exemplo.
Vale notar, porém, que embora seu experimento mostre que essa técnica poderia ter sido usada para alinhar as pirâmides, ainda não temos nenhuma evidência sólida de que realmente esse tenha sido o caso.
“Os egípcios, infelizmente, nos deixaram poucas pistas. Não foram encontrados documentos de engenharia ou planos arquitetônicos que forneçam explicações técnicas de como os antigos egípcios alinharam qualquer um dos seus templos ou pirâmides”, escreveu Dash em seu artigo.
Talvez nunca saibamos o que realmente aconteceu, mas o estudo de Dash traz um argumento interessante: que algo tão simples quanto mapear sombras durante o equinócio poderia ter sido sofisticado o suficiente para alinhar algumas das estruturas antigas mais famosas criadas pela humanidade.
O artigo pode ser lido na íntegra na revista científica The Journal of Ancient Egyptian Architecture. [ScienceAlert]
2 comentários
‘”Parabéns” por terem redescoberto a pólvora.
É um fato interessante, sempre que a gente noticia alguma descoberta, lá vem alguém parabenizando por “reinventar a roda” ou, neste caso, por “redescobrir a pólvora”. O mundo é cheio de sabichões…