Esta máquina vende camisetas por apenas R$ 7, mas ninguém quer comprá-las
![](https://hypescience.com/wp-content/uploads/2015/05/escravidao-berlim-campanha-838x469.jpg)
A organização sem fins lucrativos Fashion Revolution (em português, “Revolução na Moda”) criou um experimento social criativo que fez muitas pessoas reconsiderarem a forma como compram suas roupas.
Eles colocaram uma máquina de venda em Berlim, na Alemanha, que oferecia a transeuntes camisetas por apenas 2 euros (cerca de R$ 6,80, no câmbio atual), mas ninguém comprou nenhuma.
Por que as pessoas recusariam uma bagatela dessa?!
A surpresa
Antes de receber o produto, as pessoas primeiro tinham que assistir a um vídeo sobre os trabalhadores explorados que permitiam que a roupa fosse assim tão barata.
![escravidao berlim campanha 2](https://hypescience.com/wp-content/uploads/2015/05/escravidao-berlim-campanha-2-838x494.jpg)
O vídeo foi lançado no dia 24 de abril, que lembra o desabamento de um prédio em Savar, Bangladesh, em 2013. O acidente matou mais de 1.000 trabalhadores de vestuário que costuravam roupas para marcas americanas em condições inseguras.
Depois que as potenciais clientes assistiam o relato triste, podiam decidir comprar a camiseta mesmo assim, ou doar seus 2 euros para a causa contra a escravidão moderna. Todos doaram.
Sim, ainda acontece
Se você acha que a escravidão foi abolida, claramente não tem prestado atenção no que acontece ao seu redor. Muitos trabalhadores hoje ainda vivem em condições análogas à servidão, e menores de idade e estrangeiros ilegais são eternamente abusados por fábricas, sendo mal pagos e sobrecarregados.
Você, brasileiro, que anda comprando roupa em sites chineses e de outros países a preços absurdamente baratos… Nunca se perguntou se há algo de errado com isso? Como é possível que essas peças sejam tão mais em conta que as vendidas em outros lugares? A resposta, muitas vezes, está na exploração de pessoas.
![escravidao berlim campanha 2](https://hypescience.com/wp-content/uploads/2015/05/escravidao-berlim-campanha-2.gif)
Mesmo pagando preços mais razoáveis ou até caros por certos produtos, não há garantia de que não houve escravidão envolvida. Quer provas? Marcas como Renner, M.Officer, Le Lis Blanc e Bo.Bô já foram condenadas por escravidão, tráfico de pessoas e condições de trabalho, segurança e saúde muito precárias. A maioria das fábricas fica em São Paulo e utiliza imigrantes bolivianos para fazer seu trabalho sujo.
Lute contra essa atrocidade! Comece a se fazer perguntas sobre as suas roupas e em que condições elas foram feitas. Se seu trabalho é bom e te permite gastar com vestuário, pense naqueles que também merecem a mesma dignidade. [BoredPanda]
3 comentários
Há um equívoco na matéria acima. Não apenas as roupas baratas utilizam mão de obra escrava, mas muitas marcas famosas e caras: Zara, Nike..
Sensacional…
Essa campanha é sensacional. Podiam ter essa mesma abordagem em lugares movimentados e centros comuns de compra em SP.
Muito triste, mas isto acontece aqui no Brasil principalmente em São Paulo no bairro da Liberdade.