Este lar de idosos para pessoas com problemas mentais imita o mundo externo em um ambiente interno

Por , em 21.02.2020

Um lar de idosos que abriga muitos pacientes com problemas de saúde decidiu inovar no design de suas instalações: trazer o mundo externo para um ambiente interno.

O Lantern fica em Ohio, nos EUA, embora existam outros lares da mesma rede em mais locações por todo o país.

A ideia é fazer os espaços residenciais parecerem uma vizinhança autêntica, trazendo conforto aos habitantes.

Sem sair de casa

Ao invés de quartos apáticos e uma estrutura mais hospitalar do que hospitaleira, as unidades se parecerem com casas e são equipadas até com varandas. O carpete lembra grama e o teto imita um céu azul com nuvens. Outros elementos decorativos incluem postes de rua e jardins.

Além da aparência, o lar também procura “imitar” uma vizinhança nos sons e cheiros. Então, se um paciente sai de sua unidade, pode ouvir o canto de pássaros e sentir a fragrância de flores. É como se nunca tivesse abandonado sua casa, ou pelo menos como se estivesse morando em uma rua calma como aquela em que cresceu.

Além das unidades residenciais, existe uma área comum – a “rua principal” – onde os residentes podem fazer atividades pessoais ou organizadas pelo lar, como noites em família, aulas de culinária, viagens de compras e dança.

Por fim, os moradores podem decorar suas unidades conforme desejado, bem como podem ter animais de estimação. Tudo para se sentirem mais aconchegados e mais próximos de suas antigas residências.

Ciência + atendimento de qualidade ao cliente

A inspiração para a criação do Lantern veio dos desejos dos próprios idosos.

“Como terapeuta ocupacional, prestador de cuidados e empresário, é minha responsabilidade cuidar de meus clientes idosos e suas famílias. O design que tenho em todas as minhas comunidades é influenciado pelos clientes idosos que atendi ao longo do tempo e atendo agora”, explicou o CEO do Lantern, Jean Makesh, ao portal The Bored Panda.

Segundo Makesh, o ambiente é fundamental para lidar com doenças da memória e outros problemas mentais relacionados com a idade. Os pacientes com Alzheimer, por exemplo, tendem a ficar muito confusos em lares de idosos, e o ambiente mais familiar alivia um pouco essas dificuldades.

“Como terapeuta ocupacional, fui treinado para abordar tudo cientificamente. Pesquisei todos os conceitos para garantir que meus projetos fossem científicos e tivessem elementos científicos para apoiar tudo o que meus clientes idosos me ensinaram”, completou.

Um sopro de esperança

Projetar um bom lar de cuidados para idosos sempre é desafiador, não apenas porque esse cuidado é muitas vezes muito individualizado, mas também porque é um processo muito delicado.

“As dificuldades são muitas. O maior desafio é a falta de entendimento da doença e as necessidades e preferências dos idosos em geral. Minha equipe e eu não podemos fazer isso sozinhos. É importante que as famílias dos idosos entendam o processo da doença. É fundamental que os profissionais médicos e a equipe de suporte entendam o processo da doença”, esclarece Makesh.

O terapeuta crê que os interesses e necessidades do cliente idoso devem ser o foco principal. Segundo ele, o Lantern serve como prova de que, se o ambiente for estrategicamente desenhado e o processo for reabilitador (em vez de apenas servir para gerenciar a doença), os pacientes podem de fato “reaprender” a viver e melhorar os sintomas da doença.

“A memória e as doenças mentais são tratáveis. O diagnóstico precoce e a intervenção oportuna podem ajudar os indivíduos a viver uma vida significativa e funcional. No entanto, onde não há esperança, não há vida. Se todos os prestadores de cuidados começarem a pensar e abordar todos os indivíduos com Alzheimer sob uma perspectiva de tratamento e cuidados, imagine o que poderíamos fazer coletivamente para impactar o bem maior. Se desistirmos da esperança, o incentivo e a motivação para solucionar um problema ou questão serão destruídos”, conclui. [TheBoredPanda]

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