Nosso mundo se formou de algum destes belíssimos discos formadores de planetas

Por , em 12.04.2018

Cientistas do Instituto Federal de Zurique (ETH) observaram discos formadores de planetas que estão presentes perto de estrelas jovens parecidas com o que o Sol era há 4,5 bilhões de anos. Surpreendentemente, os discos observados eram muito diferentes, sendo classificados em oito tipos. Esses dados vão ajudar a explicar melhor o processo de formação de planetas.

O instrumento SPHERE (Spectro-Polarimetric High-contrast Exoplanet Research) foi parcialmente desenvolvido pela ETH para ajudar nas observações dos discos protoplanetários ao redor de estrelas TTauri – progenitores do nosso Sol – e também ao redor de estrelas chamadas Herbig Ae/Be. O segundo tipo de estrela recebeu maior enforque dos pesquisadores.

Os resultados foram publicados em artigo na revista Astronomical Journal. “Não apenas conseguirmos detectar com clareza os oito tipos de discos, mas, surpreendentemente, eles eram muito diferentes em relação ao tamanho”, diz o pesquisador Henning Avenhaus. Enquanto alguns deles tinham 80 au (80 vezes a distância entre o Sol e a Terra), alguns tinham impressionantes 700 au.

“A maioria dos discos foram encontrados em forma de anéis, um fenômeno conhecido de observações anteriores de estrelas mais mássicas”, explica Sascha Quantz. “Porém, nenhum deles exibiu uma estrutura em espiral, que é um fenômeno observado em discos de Herbig comuns”.

Agora os pesquisadores têm outras perguntas para tentar responder, como porque existe esta diferença e o que isso significa para a formação planetária ao redor de diferentes tipos de estrelas.

Apesar de o projeto ter sido um sucesso, seu começo foi um tanto conturbado. Henning Avenhaus conta que o planejamento começou em março de 2013, e a intenção era usar um instrumento mais antigo da National Aeronautical Charting Office (NACO) dos EUA. O equipamento teria que passar por ajustes não planejados, e isso tornou impossível que a equipe coletasse dados. O mesmo aconteceu em setembro de 2013, e o instrumento ficou novamente indisponível. Uma terceira tentativa aconteceu em março de 2014, mas na noite anterior às observações outro defeito aconteceu. Além disso, as condições climáticas estavam longe das ideias.

Neste momento a equipe decidiu trocar de instrumento e usar o SPHERE, realizando a observação em março de 2016. Desta vez, tudo deu certo. Tanto o instrumento quanto as condições climáticas estavam ideais. “Eu estava no Cerro Paranal [deserto do Atacama, Chile], no Very Large Telescope, virando noites para realizar as observações e ocasionalmente passando pela plataforma do telescópio para ficar maravilhado com a impressionante vista das estrelas”, relembra o pesquisador.

Dados foram coletados através de várias noites em março de 2016 e também no ano seguinte. Mais de cinco anos depois do início do planejamento, os pesquisadores puderam comemorar os resultados publicados na revista. [Phys.org]

Veja como os discos formam planetas:

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