Fótons se movem como bêbados tentando voltar para casa

Por , em 2.01.2014
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Movimento browniano

Se você acha que é difícil sair de São Paulo até o litoral durante feriados, agradeça por não ser um fóton no interior do sol: para chegar até a superfície, ele pode levar em média 170 mil anos, por conta do “engarrafamento” nas camadas do astro.

Infinitamente mais numerosos que os carros em uma rodovia paulista na véspera de Natal, os fótons no interior do sol se movimentam de maneira caótica, colidindo uns com os outros, em um processo aleatório e (quase) imprevisível.

Imagine um cidadão caminhando bêbado do bar até sua casa. Por meio de teorias matemáticas modernas (surgidas no começo do século 20), é possível prever as chances de ele passar por determinados pontos.

Mais útil do que descobrir o caminho percorrido pelo tal cidadão, naturalmente, é aproveitar esse tipo de cálculo para estudar o comportamento de partículas ou as variações de preço em uma bolsa de valores. Aliado ao conceito de movimento browniano (em que partículas em um líquido ou gás se deslocam sob influência umas das outras), o cálculo de movimentos aleatórios jogou uma luz sobre diversos fenômenos da física (e da matemática).

O café, o sol e o bêbado

Quando um saco de café ou um frasco de perfume é aberto, ele libera partículas que carregam odor. Cercadas por moléculas de ar, elas percorrem um longo caminho até seu nariz, onde são devidamente reconhecidas.

Algo parecido acontece com os fótons, que se deslocam do interior do sol até objetos e, finalmente, até nossas retinas.

Por fim, algo parecido ocorre com um bêbado que caminha desordenadamente, não por causa de possíveis obstáculos, mas por conta de sua embriaguez.

E aí está, caro leitor, uma semelhança entre três elementos que, à primeira vista, não têm nada a ver uns com os outros. [LiveScience]

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