Por que é tão difícil realizar o que planejamos?

Por , em 17.05.2015

Uma grande Jornada

Uma das questões determinantes na gestão de projetos se resume em sua continuidade. Como chegar até o objetivo proposto?

Não são pequenas as decepções quando do atraso ou mesmo do malogro dos propósitos, depois de exauridos os recursos frente a projetos não concluídos. E por que isso acontece?

Numa metáfora toda a realização de um projeto pode ser comparada ao desafio de uma grande jornada.

E é muito difundido a ideia de que uma grande jornada começa pelo primeiro passo.

Essa é uma expressão muito bonita, porém isolada de instruções mais objetivas e de cunho prático não ajuda muito a responder à questão principal que ronda todo o debate filosófico desse tipo: afinal, como fazer para dar continuidade à jornada até concluí-la?

Que uma grande jornada começa pelo primeiro passo é óbvio.
Sim, começa. É este instante de decisão que define o início da jornada. O passo determinante.

Porém a jornada pode acabar ali mesmo no segundo ou no terceiro passo se não existir a determinação e os recursos necessários para se executar os incontáveis passos seguintes, que a constroem com a mesma decisão do primeiro.

Vale como exemplo todas as segundas-feiras de início da dieta hipocalórica ou todas as vezes que se decidiu parar de fumar.

É natural pressupor para a maioria das pessoas que e em algum momento esse objetivo acabou se esvaziando.

Caminhada

De fato, uma grande caminhada é resultado da sequência de passos executados um por vez encadeados numa corrente de passos que primam pela continuidade e pela constância, pois ninguém faz uma grande jornada apenas com o primeiro passo.

Embora exista um propósito dizendo “caminhe”, as dissidências interna e externa dizem “desista”.

O que acontece? – Desistimos.

Como fazer para que isso não aconteça? Como manter a energia de cada passo sem esmorecer?

Evidentemente isso tem a ver diretamente com erros no planejamento e na execução.

Cominuição

A primeira resposta está em nossa própria metáfora: cominuição, ou seja, devemos decompor a jornada em seus passos constituintes e planejar o que fazer passo a passo. Quais os recursos necessários? Qual velocidade deve ser impressa?

Na natureza nada ocorre aos saltos, ou expressando de outro jeito, tudo segue um fluxo dentro de um processo gradual.

Por isso é sábio desconfiar de mudanças radicais.

Toda alteração desse fluxo natural acaba gerando uma reação que na busca do equilíbrio desencadeia o famoso efeito rebote que na maioria das vezes faz com que as coisas voltem à estaca zero.

E esse dissabor já foi experimentado por diversas vezes.

Tomando novamente o exemplo da guerra contra a balança, já existem evidências de que o célebre efeito sanfona é o principal resultado de dietas e outras ações radicais (incluindo drogas e até algumas intervenções cirúrgicas).

Em suma, quando mais ao norte um sujeito quer ir mais ao sul ele chega por puro radicalismo.

Daí a ideia de dividir essa grande jornada em pequenos passos sem ações radicais.

Nas palavras de Gonzales Pecotche “devemos fragmentar uma grande tarefa em tarefas menores” sabendo que cada vez que uma dessas tarefas menores for cumprida surgirão estímulos para executar a tarefa seguinte.

Acho que vale tentar quando planejarmos algo.

Primeiro Passo

No entanto, antes de mais nada devemos perguntar para onde queremos ir e ter certeza desse objetivo.

Esse talvez seja o primeiro e determinante passo. Aquele que vai impulsionar todos os demais.

Para onde quero ir e por quê? Tenho certeza desse rumo?

Pois como diz Sêneca, para aquele que não sabe qual direção tomar todos os ventos sopram contra.

Artigo de Mustafá Ali Kanso 

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Publicado em 2011 pela Editora Multifoco, A Cor da Tempestade já está em sua 2ª edição – tendo sido a obra mais vendida no MEGACON 2014 (encontro da comunidade nerd, geek, otaku, de ficção científica, fantasia e terror fantástico) ocorrido em 5 de julho, na cidade de Curitiba.

Entre os contos publicados nessa coletânea destacam-se: “Herdeiro dos Ventos” e “Uma carta para Guinevere” que juntamente com obras de Clarice Lispector foram, em 2010, tópicos de abordagem literária do tema “Love and its Disorders” no “4th International Congress of Fundamental Psychopathology.”

Prefaciada pelo renomado escritor e cineasta brasileiro André Carneiro, esta obra não é apenas fruto da imaginação fértil do autor, trata-se também de uma mostra do ser humano em suas várias faces; uma viagem que permeia dois mundos surreais e desconhecidos – aquele que há dentro e o que há fora de nós.

Em sua obra, Mustafá Ali Kanso contempla o leitor com uma literatura de linguagem simples e acessível a todos os públicos.

É possível sentir-se como um espectador numa sala reservada, testemunha ocular de algo maravilhoso e até mesmo uma personagem parte do enredo.

A ficção mistura-se com a realidade rotineira de modo que o improvável parece perfeitamente possível.

Ao leitor um conselho: ao abrir as páginas deste livro, esteja atento a todo e qualquer detalhe; você irá se surpreender ao descobrir o significado da cor da tempestade.

[Sinopse escrita por Núrya Ramos  em seu blogue Oráculo de Cassandra]

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