Encontradas as primeiras galáxias que deram luz ao universo
Uma nova técnica que remove a luz de conjuntos de galáxias em primeiro plano ofereceu aos astrônomos um olhar direto sobre uma geração de galáxias antigas que remonta aos primeiros anos do universo.
A descoberta é considerada uma peça-chave para entender um período de tempo crítico do universo, quando ele passou de ser escuro para irradiar luz.
Nova técnica
Os cientistas teorizam que a energia da primeira geração de galáxias transformou o universo escuro e eletricamente neutro em plasma ionizado e radiante.
Mas essas galáxias são fracas e nada fáceis de encontrar.
O que não impediu a astrônoma Rachael Livermore, da Universidade do Texas, nos EUA, e seus colegas de identificar algumas delas, graças a uma nova técnica que combina imagens de campo profundo do Telescópio Espacial Hubble com o que é conhecido como “decomposição wavelet ou onduleta”.
Esse tipo de decomposição é como um fone de ouvido que cancela ruído, mas com a luz. Usando a tecnologia, os pesquisadores removeram computacionalmente a luz de conjuntos de galáxias em primeiro plano, o que permitiu que objetos em escalas menores fossem identificados mais facilmente.
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Ironicamente, os astrônomos precisaram confiar nos aglomerados de galáxias com gravidade maciça para servir como lentes de aumento naturais, potencializando a resolução do Hubble em mais de 100 vezes, a fim de enxergar essas galáxias mais fracas.
Para então mascarar a luz, Livermore, ao lado do astrônomo Steven Finkelstein da Universidade do Texas e da astrônoma Jennifer Lotz do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, encontrou 167 galáxias que são 10 vezes mais fracas do que qualquer outra já vista anteriormente, um número que estaria correto no que diz respeito a quantas galáxias primordiais seriam necessárias para reionizar o universo.
Um método de detecção mais direto deve ser possível com o sucessor do Hubble, o Telescópio Espacial James Webb, que será lançado no próximo ano. [Seeker]