Canadense filma momento em que leão marinho arrasta menina para a água

Por , em 22.05.2017

Um grupo de turistas que visitava a marina Stevenston Fisherman’s Wharf, em Vancouver (Canadá) levou um enorme susto no último sábado (20).

Uma família com crianças e outros turistas perceberam a presença de um leão marinho e se aproximaram da água para alimentá-lo, ação que é desencorajada pelos administradores da região com várias placas de “não alimente os animais selvagens”.

Um dos observadores, um jovem chamado Michel Fujiwara, quis registrar o momento com seu celular e passou a filmar a interação entre o animal e as pessoas. Inicialmente, todos dão risada e acham o leão marinho uma fofura. Quando a comida para de ser lançada, porém, o animal fica frustrado e se ergue na água, bufando. Isso é interpretado incorretamente pelo grupo como um sinal de que ele é brincalhão, e a menina adora.

Segundos depois, porém, ela se senta ao lado do avô, na borda do píer, enquanto ele estende a mão para o animal, como se quisesse acariciá-lo. É aí que em questão de poucos segundos o leão marinho deixa de se concentrar no avô e morde o vestido da menina, puxando-a para dentro da água.

O avô pula imediatamente na água gelada e salva a criança, com auxílio dos observadores. Em inglês, a criança grita: “vovô! Vovô!”, e ele responde: “vovô está bem, não se preocupe”. Ele então agradece pela ajuda dos observadores que o puxaram para fora da água, diz que não está ferido e a família toda vai embora rapidamente.

O vídeo foi postado na internet no sábado e em apenas um dia circulou pelo mundo, com mais de 9,2 milhões de visualizações no Youtube.

Risco de infecção


Danielle Hyson, uma treinadora de mamíferos marinhos no Aquário de Vancouver, analisou o comportamento do animal no vídeo. “Você o vê sair da água e bufar. Isso é o que chamamos de precursor de agressividade. Ele está avisando às pessoas que ele está ficando frustrado. Nessa situação, as pessoas devem se afastar imediatamente”, alerta ela em entrevista ao jornal The Star.

A frustração acaba em agressão, aponta ela, acrescentando que um leão marinho da Califórnia macho é muito poderoso e pode pesar mais de 200 kg. Apesar de tanto poder, eles são vistos como “fofos” pelas pessoas, que confundem seus grandes olhos e bigodes com os dos cachorros domésticos.

“Eles parecem fofos e sei que as pessoas têm uma atração natural por eles. Eles parecem cachorros da água, mas absolutamente não são”, afirma.

A treinadora também demonstrou preocupação com a saúde da criança. Caso os dentes do animal tenham arranhado ou perfurado a pele dela, ela corre risco de uma séria infecção, difícil de ser tratada. “Focas e leões marinhos carregam bactérias terríveis na boca”, diz ela.

O Aquário de Vancouver está tentando localizar a família para dar orientação sobre o que fazer caso a pele tenha sido ferida.

“Não alimente os animais”


Apesar de inúmeras placas de “não alimente os animais” espalhadas pela região, os visitantes insistem em jogar comida para mamíferos marinhos e pássaros.

O administrador da marina Steveston Harbour Authority, Bob Baziuk, diz que este é um problema antigo. “Temos tentado passar essa mensagem há anos e anos – não alimente os animais. Você está pedindo por problemas quando faz isso”.

Leões marinhos da Califórnia visitam a província canadense de Brintish Columbia com regularidade no ciclo migratório, e sempre param na marina em busca de comida grátis vinda dos pescadores.

“Este foi um incidente terrível. Mas aconteceu e agora este vídeo é um pôster sobre por que não devemos alimentar os leões marinhos”, diz ele.

A treinadora Danielle Hyson diz que os visitantes não estão alimentando apenas os animais marinhos. Ela nota que as pessoas da região de Vancouver têm alimentado mais ursos e pássaros, causando interações perigosas. “Quanto mais alimentamos animais selvagens, mais e mais nos colocamos em risco nessas situações”, alerta ela. [IFLScience, CNN, The Star]

Confira o vídeo completo do incidente com o leão marinho:

3 comentários

  • Stetison Pedro:

    Foi uma brincadeira do animal. Já provocaram, sagastimente, um cão, no cais, porque sabiam que ele não saltaria na água.

    • Stetison Pedro:

      “sagazticamente”, eu quis dizer.

  • Paulo Felix:

    Que reflexo! Que pensamento rápido desse senhor!

Deixe seu comentário!