Luz infravermelha pode melhorar a audição e a visão
Cientistas da Universidade de Utah, nos EUA, utilizaram pulsos de luz infravermelha de baixa potência para controlar as ações de células do ouvido, em um estudo que poderá levar a novas terapias para as pessoas com dificuldade de audição. Os pesquisadores também utilizaram a luz para fazer células do coração se contraírem.
Os resultados deste estudo indicam possibilidades de melhora para implantes para surdos ou para transplantes de retina que poderiam utilizar pulsos infravermelhos para estimular o nervo óptico e marca passos baseados no uso da luz.
De acordo com o líder do estudo, Richard Rabbitt, a luz infravermelha pode penetrar tecidos, desta maneira, os implantes não teriam que tocar o cérebro ou se conectar diretamente em nervos. “Você poderá implantar aparelhos ópticos e deixá-los lá por toda a vida”, disse.
Em um estudo, Rabbitt e seus colegas usaram pulsos de luz infravermelha de baixa potência gerados por um diodo laser para fazer as células do coração de ratos se contraírem. Em outro, fizeram as células do ouvido interno de peixes-sapo mandarem sinais para as células nervosas responsáveis pela audição, que os retransmitiram para o cérebro. O experimento deu certo porque a luz afetou o fluxo de íons de cálcio nas células que, por sua vez, afetaram a contração das células e a liberação de neurotransmissores.
Segundo Rabbitt, aparentemente, os marcapassos ópticos não irão substituir os elétricos tão cedo, mas os resultados poderiam mudar a fabricação de implantes cocleares. Os implantes tradicionais convertem o som em sinais elétricos, que são transmitidos para eletrodos no ouvido. A maioria tem oito eletrodos, mas isso significa que eles só atingem oito frequências de som (o ser humano pode ouvir cerca de 3 mil frequências de acordo com os pesquisadores de Utah). Mas os diferentes comprimentos de onda da luz infravermelha poderiam responder melhor, deixando os implantes mais eficientes. [PopSci]