Máscaras funcionam? Veja o que aconteceu quando cabeleireiros com COVID-19 atenderam 140 clientes em um salão
Parecia combustível para um pesadelo de pandemia. Dois cabeleireiros dos EUA ficaram doentes no dia seguinte em que voltaram a trabalhar em um salão. Seus exames deram positivo para COVID-19, mas apenas depois de terem atendido 140 clientes.
As autoridades de saúde pública da cidade de Springfield, estado do Missouri, ja tinha se preparado para o pior e testaram todos os clientes atendidos pelo par no salão Great Clips. Mas para alívio (e choque) de todos não havia sequer um exame positivo para coronavírus.
Como é que isso pode ter acontecido? Talvez porque todo mundo que trabalhava no salão usou máscara.
“O resultado parece ser um dos exemplos mais claros do mundo real da capacidade das máscaras de retardar a propagação do novo coronavírus”, relatou o The Washington Post.
O período de incubação, caso os clientes tivessem contraído o vírus, havia terminado 8 de junho e todos foram testados depois disso sem que anticorpos para Sars-CoV-2 tenham sido identificados.
Por causa disso o próprio Departamento de Saúde da cidade de Springfield-Greene County patrocina o estudo do “surto que nunca ocorreu”, esperando fornecer descobrir novas medidas preventivas que possam salvar vidas e ampliar a compreensão sobre a disseminação do coronavírus.
“Esta é uma excitante notícia sobre o valor do uso de máscaras para evitar o COVID-19”, afirmou o diretor de saúde municipal Clay Goddard. “Estamos estudando mais de perto os detalhes dessas exposições, incluindo que tipos de coberturas faciais foram usados e que outras precauções foram tomadas para chegar a esse resultado”.
Além de fazer que clientes e colaboradores usem máscaras, as autoridades de saúde pública também afirmam que medidas de distanciamento físico, como afastar as cadeiras dos clientes durante a espera e distanciar os agendamentos também foram úteis na prevenção de infecções.
Apesar de nenhum método ter total eficácia para impedir a retransmissão, esse caso é o último de uma série de estudos científicos que mostram a dramática eficácia do uso de máscaras. Pesquisadores da Universidade da Califórnia – San Diego, Caltech e Texas A&M (EUA) também descobriram recentemente que a disseminação do COVID-19 em Wuhan, na China, foi muito menos severa do que na Itália e New York, porque seus cidadãos já tinham o hábito de usar máscaras contra a poluição.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também viabilizou recentemente um estudo que chegou a mesma conclusão baseada em dados de mais de 170 estudos distintos.
Hoyen espera que essas boas notícias incentivem a todos a se precaverem da mesma maneira: “se todo mundo usa máscaras, estamos todos muito mais protegidos”. [The Washington Post, GNN]