Surpresa: algumas máscaras são piores do que não usar nada
Sabemos que máscaras são muito eficazes para evitar o coronavírus. Cientistas da Universidade de Duke (EUA) criaram uma técnica simples para descobrir qual é a melhor máscara facial no bloqueio de gotículas que propagam o coronavírus.
A investigação iniciou quando um professor da Escola de Medicina de Duke ajudava uma comunidade local na compra de máscaras faciais em quantidade. Ele queria se certificar de que as máscaras adquiridas tivessem alta eficácia.
O estudo, recentemente publicado na revista científica Science, mostra como os físicos da Universidade de Duke criaram um simples experimento que pode ser feito com um laser de 100 dólares (cerca de 500 reais), um smartphone e uma caixa de papelão para descobrir qual a melhor máscara facial durante a fala normal.
O simples experimento laser
“Usamos uma caixa preta, um laser e uma câmera”, relatou Martin Fischer, co-autor da pesquisa, à CNN. “O feixe de laser é expandido verticalmente para formar uma fina película de luz, que brilha através das fendas à esquerda e à direita da caixa.”
Na parte frontal da caixa foi cortado um orifício em que uma pessoa fala normalmente. A câmera do smartphone foi acomodada na parte traseira da caixa para gravar a luz que se espalha por causa das gotículas da fala, cortando a película de laser.
Máscaras literalmente inúteis
Máscaras são fundamentais para reduzir a contaminação do coronavírus. Mas nos testes os cientistas descobriram que certas máscaras faciais são literalmente inúteis.
Os cientistas fizeram o experimento com 14 tipos de máscaras faciais, inclusive a máscara profissional N95. Inicialmente o locutor falou sem nenhuma máscara para determinar o nível normal de gotículas na fala. Depois cada máscara foi testada dez vezes.
A melhor máscara facial foi a N95 sem válvula. Máscaras faciais cirúrgicas com três camadas e máscaras caseiras de algodão também mostraram boa eficácia.
Surpresa: algumas máscaras são piores do que não usar nada
Máscaras de corrida de tecido sintético (também conhecida como máscara de polaina ou aquecedores de pescoço) tiveram menor eficácia. Na realidade o tecido sintético aumentou o número de gotículas exaladas pois parece que o material divide gotículas maiores em várias menores aumentando sua facilidade de serem espalhadas pelo ar.
Lenços sobrados como bandana também mostraram fraca proteção com um péssimo desempenho.
“Ficamos extremamente surpresos ao descobrir que o número de partículas medido com [o tecido sintético] realmente excedeu o número de partículas medido sem usar qualquer máscara. Queremos enfatizar que realmente incentivamos as pessoas a usar máscaras, mas queremos que elas usem máscaras que realmente funcionem”, afirmou Fischer, de acordo com a CNN.
Vídeo do experimento (em inglês)
Mais informações: Science Advances, CNN, Science Alert.