História de galáxias do universo é revelada pela primeira vez
Uma equipe internacional de cientistas, liderada por astrônomos da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Cardiff, no País de Gales, demonstrou pela primeira vez que as galáxias podem mudar a sua estrutura ao longo de suas existências.
Ao observar o céu como ele é hoje, e olhando para trás no tempo usando os telescópios Hubble e Herschel, a equipe mostrou que uma grande proporção de galáxias passou por uma enorme “metamorfose” desde que foram inicialmente formadas após o Big Bang.
Ao fornecer a primeira evidência direta da extensão dessa transformação, a equipe espera lançar uma luz sobre os processos que causaram essas mudanças dramáticas e, portanto, ter uma maior compreensão da aparência e propriedades do universo como o conhecemos hoje.
Galáxias do universo: ovais e em disco
Em seu estudo, os pesquisadores observaram cerca de 10.000 galáxias atualmente presentes no universo através de um levantamento do céu criado pelos projetos ATLAS e GAMA do telescópio Herschel.
Os pesquisadores, então, classificaram as galáxias em dois tipos principais: galáxias em forma de disco, planas e rotativas (bem como nossa própria galáxia, a Via Láctea); e grandes galáxias em forma oval, com um enxame de estrelas desordenadas.
Em seguida, olharam ainda mais longe no universo, ou seja, ainda mais para trás no tempo, para observar as galáxias que se formaram logo após o Big Bang. Eles descobriram que 83% de todas as estrelas formadas desde o Big Bang estiveram inicialmente localizadas em uma galáxia em forma de disco.
No entanto, apenas 49% das estrelas que existem no universo hoje estão localizadas nestas galáxias em forma de disco – o restante está localizado em galáxias ovais.
Os resultados sugerem uma transformação enorme, na qual as galáxias em forma de disco tornaram-se galáxias ovais.
Colisão ou engarrafamento de estrelas
Uma teoria popular é que essa transformação foi causada por muitas catástrofes cósmicas, em que duas galáxias em forma de disco vaguearam demasiado perto uma do outra e foram obrigadas pela gravidade a se fundirem em uma única galáxia, com a fusão destruindo os discos e produzindo um enorme engavetamento de estrelas. Outra teoria é que a transformação foi um processo mais suave, com estrelas formadas num disco movendo-se gradualmente para o centro dele e produzindo uma pilha central de estrelas.
“Muitas pessoas afirmaram antes que essa metamorfose ocorreu, mas pela combinação do Herschel e do Hubble, fomos pela primeira vez capazes de medir com precisão a extensão desta transformação”, afirma Steve Eales, professor da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Cardiff e autor do estudo.
“As galáxias são os blocos de construção básicos do universo, então essa metamorfose realmente representa uma das mudanças mais significativas em sua aparência e propriedades nos últimos 8 bilhões de anos”, estima.
“Este estudo irá exigir que nós refinemos os modelos e simulações de computador que tentam explicar como as galáxias se formaram e se comportaram nos últimos 13 bilhões de anos”, completa Asantha Cooray, coautor do estudo e professor da Universidade da Califórnia. [Science Daily]