Não, o coronavírus não é só uma gripe. Estas são as principais diferenças

Por , em 31.03.2020

Não, não é só uma gripezinha. Alguns dos sintomas do COVID-19 e do resfriado comum podem ser similares, mas existem diversas diferenças importantes entre as duas doenças.

Confira as principais abaixo.

Taxa de mortalidade

Até onde os cientistas sabem, o COVID-19 causado pelo coronavírus SARS-CoV-2 é fatal para cerca de 3,5% dos casos confirmados.

Na verdade, sua taxa de mortalidade pode ser ainda maior, uma vez que muitas pessoas infectadas não são testadas e não entram para as estatísticas.

De qualquer forma, esse número é significativamente maior do que o resfriado comum, que tipicamente mata apenas 0,1% dos infectados.

“Ainda há uma incerteza considerável em torno das taxas de mortalidade do COVID-19 e isso provavelmente varia de acordo com a qualidade da assistência médica local. Dito isto, é cerca de 2% em média, o que é aproximadamente 20 vezes maior do que as linhas sazonais de gripe atualmente em circulação”, disse Francois Balloux, professor de biologia da University College London (Reino Unido).

Necessidade de hospitalização

Você provavelmente nunca teve que ser hospitalizado devido a uma gripe, nem conhece ninguém que precisou.

Com o COVID-19, a história é outra – um dos seus maiores perigos é que os sistemas de saúde podem ficar facilmente sobrecarregados com os casos que requerem camas e ventiladores hospitalares.

E não estamos falando só dos idosos – de fato, um estudo chinês com 45 mil pacientes mostrou que os idosos eram os mais propensos a falecer em decorrência de uma infecção pelo novo coronavírus (14,8%), mas outra pesquisa asiática indicou que 41% dos casos sérios ocorriam com pessoas com menos de 50 anos, comparado com 27% dos casos sérios em pessoas acima de 65.

“É verdade que, se você é mais velho, corre um risco maior, mas casos graves também podem acontecer em pessoas relativamente jovens sem condições prévias”, alertou o vice-ministro da Saúde da França, Jerome Salomon.

Taxa de contágio

Os especialistas estimam que cada paciente com COVID-19 infecte cerca de duas a três outras pessoas.

Essa taxa é cerca de duas vezes maior do que a gripe sazonal, que normalmente infecta 1,3 novas pessoas para cada paciente.

Tratamento

Conhecemos o vírus da gripe – influenza – há mais de 100 anos. Já o estudamos largamente.

Enquanto ele possui algumas semelhanças com o coronavírus, os tratamentos são muito diferentes. Inclusive, ainda não conhecemos uma única terapia que seja consistentemente eficaz para o COVID-19, nem temos uma vacina contra a doença, diferentemente da gripe.

Alguns testes experimentais com medicamentos antirretrovirais se mostraram promissores, mas as amostras são pequenas demais para aplicar à população geral.

Além disso, pesquisadores estão trabalhando sem parar para encontrar uma vacina contra o COVID-19, mas esse processo é demorado.

Por fim, mesmo quando houver uma vacina, fazer com que todos a tomem é outro desafio. Autoridades de saúde reclamam até hoje que poucas pessoas recebem a vacina contra a gripe para garantir uma imunidade à população geral.

Uma semelhança: método de prevenção

Se você quiser comparar o COVID-19 a uma gripe, talvez a semelhança exista no método de prevenção.

Em ambos os casos, evitar contato físico, lavar frequentemente as mãos com água e sabão, evitar tocar o rosto e usar máscara quando doente são importantes para limitar o número de novas infecções. [ScienceAlert]

3 comentários

  • Luiz Carlos Ftografo Viana:

    Muito Bom !

  • Fist of God:

    “Na verdade, sua taxa de mortalidade pode ser ainda maior, uma vez que muitas pessoas infectadas não são testadas e não entram para as estatísticas.” Se todas as pessoas infectadas fossem testadas, provavelmente a taxa de mortalidade diminuiria e não o contrário.

  • Ulisses Magalhães:

    Corrigindo: Segundo parágrafo depois do TAXA DE MORTALIDADE.
    Na verdade, sua taxa de mortalidade pode ser ainda MENOR.

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