Não é novidade que a Terra está em uma galeria de tiro-ao-alvo (na posição desagradável de alvo), mas até agora pouco tem sido feito para impedir acertos. Do que estamos falando? Dos asteroides que podem nos atingir a qualquer momento.
Ainda não sabemos como pará-los, embora cientistas tenham trabalhado na localização e mapeamento dos objetos mais próximos da órbita da Terra, chamados em inglês de NEOs.
Astrônomos já conseguiram localizar mais de 90% dos NEOs que tem mais de um quilômetro de diâmetro, usando telescópios. Ainda faltam os objetos menores, com diâmetro ou comprimento de 140 metros. Apesar de “pequenos”, estes objetos ainda representam um risco considerável, e a NASA tem por objetivo detectar 90% deles também até o fim da década.
Além de detectar asteroides, os astrônomos e a NASA têm trabalhado para conscientizar o público sobre o perigo nos céus, com a ajuda dos próprios céus – ou alguém já esqueceu a bola de Chelyabinsk e o asteroide que passou raspando no último Halloween?
Mas só localizar os objetos não é suficiente para afastar sua ameaça. Logo, a NASA criou o Departamento de Coordenação de Defesa Planetária, ou PDCO na sigla em inglês. Todos os projetos financiados pela agência que se destinam a identificar e analisar asteroides ou cometas que passam perto da Terra serão coordenados pelo novo departamento.
O Diretor de Defesa Planetária, Lindley Johnson, declarou que “o estabelecimento formal do Departamento de Coordenação de Defesa Planetária torna evidente que a agência está comprometida em liderar os esforços internacionais para a detecção das ameaças de impacto natural, e no planejamento se houver a necessidade de uma defesa planetária”.
A longo prazo, a defesa planetária deve consistir do desenvolvimento de tecnologias estilo Armagedom para redirecionar ou desviar NEOs que estejam em rota de colisão. Se não for possível o desvio ou redireção, a NASA trabalhará com a FEMA e contrapartes em outros países, informando a hora e local do impacto e efeitos esperados, para ajudar nas ações de mitigação de catástrofes.
Esperamos que o estabelecimento deste Departamento nos EUA sensibilize outros governos a lançarem ações semelhantes, e quem sabe até algum projeto conjunto para o desenvolvimento de tecnologia de defesa planetária. Como disse o astrônomo Neil de Grasse Tyson, cada asteroide que passa perto de nós é um lembrete da natureza: “E aí, como vai aquele programa espacial?”. [ScienceAlert]