Navio com quase R$ 67 bilhões em tesouro é encontrado na costa do caribe colombiano

Por , em 8.12.2015
San José em 1708

San José em 1708

Um naufrágio contendo até US$ 17 bilhões (quase R$ 67 bilhões, no câmbio atual) foi descoberto ao largo da costa caribenha da Colômbia, mais de 300 anos depois de ter sido afundado por um esquadrão britânico que pretendia roubar seu tesouro.

Faz anos que pesquisadores tentam localizar o galeão San José. O navio é considerado o maior tesouro submerso do mundo.

Na década de 1980, as procuras se intensificaram. No entanto, só agora o governo colombiano divulgou um comunicado anunciando sua descoberta, e afirmando que a identidade do naufrágio está “além de qualquer dúvida”.

Localização secreta

Embora a localização precisa do galeão permaneça um segredo de Estado, autoridades afirmaram que a descoberta ocorreu “nas imediações da costa do Caribe”, perto da cidade portuária de Cartagena, onde o navio foi atacado em 8 de junho de 1708.

As tentativas anteriores de localizar os destroços haviam se concentrado nesta região, embora os relatórios oficiais do governo indiquem que o San José foi encontrado em um local “nunca antes referenciado em estudos anteriores”.

História

Lançado em 1696, o San José tinha uma tripulação de mais de 500 pessoas. Em 1708, fazia parte de um comboio de 15 navios que viajavam de Portobelo, no Panamá, para Cartagena, mas foi emboscado por um esquadrão britânico comandado pelo Capitão Charles Wager, que destruiu o galeão na tentativa de capturar seu tesouro.

Enquanto relatos históricos sugerem que o navio foi destruído, o governo colombiano alega que a recente descoberta pinta um quadro diferente dos acontecimentos. “Ainda é muito cedo para tirar conclusões, mas a evidência sugere que o barco não explodiu, como foi dito nos livros de história”, diz o comunicado.

Confirmação

Uma vez localizado o navio, usando uma técnica chamada Prospecção Sistêmica Regional, que envolve o uso de tecnologia sonar, bem como a análise detalhada de mapas e dados meteorológicos, a equipe de pesquisa foi capaz de detectar um número de características que eles acreditam que pertencia ao San José.

Mais tarde, a identidade do navio foi confirmada utilizando um veículo subaquático autônomo, que tirou fotos do naufrágio revelando “a presença de canhões de bronze” com gravuras específicas que indicam que eles pertenciam à San José.

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Parte da estrutura do galeão original e da sua riqueza – estima-se que esta consista em até 11 milhões de moedas de ouro, além de outras preciosidades – também foram encontradas.

Para quem vai o dinheiro?

A localização do achado pode ser de grande importância a fim de estabelecer quem possui a propriedade do naufrágio e seu conteúdo.

No início de 1980, a empresa americana de salvamento marítimo Sea Search Armada (SSA) foi premiada com direitos a 35% da riqueza do galeão, após fornecer informações sobre a sua localização provável.

Só que o governo colombiano mais tarde aprovou uma lei dando a si mesmo a propriedade plena do galeão – como patrimônio histórico e cultural do país -, desencadeando uma batalha judicial longa da SSA contra a nação sul-americana, com processos abertos na Colômbia e nos EUA.

O anúncio oficial da descoberta não faz qualquer menção a contribuição da SSA, alegando ao invés que o navio foi encontrado graças aos esforços do “Ministério da Cultura, sob a orientação científica do Instituto Colombiano de Antropologia e História”, juntamente com uma equipe de “especialistas internacionais”.

A exploração do San José e seu tesouro pode levar vários anos, com a equipe por trás da descoberta explicando que ela representou apenas o primeiro passo de um projeto de longo prazo. [IFLS]

2 comentários

  • Cesar Grossmann:

    Conheço um sujeito que jura que tem um navio com bastante ouro na Baía de Todos os Santos.

    • Jair:

      Pena que o país não tenha tecnologia suficiente pra explorar (vide pré sal)

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