Tesouro celta enterrado há 2 mil anos é encontrado
Após mais de 30 anos de buscas, dois homens finalmente encontraram o tesouro que estavam procurando: cerca de 30 a 50 mil moedas de prata celtas, cada uma valendo em média 200 libras esterlinas (R$ 644), em um valor total estimado de 10 milhões de libras esterlinas (R$ 32 mi).
Infelizmente, eles ainda não podem pronunciar por aí que estão milionários. Ao perceber a magnitude do que estavam prestes a descobrir, Reg Mead e Richard Miles entraram em contato com arqueólogos profissionais para fazer a escavação das moedas.
Após quatro dias, o tesouro foi finalmente trazido à tona e agora será objeto de um inquérito para determinar direitos de propriedade.
O local onde o tesouro, embalado em argila e pensando uma tonelada, foi encontrado está sendo mantido em segredo.
Mead e Miles já suspeitavam que houvesse um tesouro – e o procuravam –na região há três décadas, quando ouviram rumores de que um agricultor tinha encontrado algumas peças de prata em sua terra. Em fevereiro, encontraram um estoque de 120 moedas. Na semana passada, finalmente descobriram “a sorte grande”.
“Este é o maior tesouro de moeda celta acumulado já encontrado, o que é tremendamente excitante”, disse Neil Mahrer, do museu Jersey Heritage Museum, que ajudou a escavar o dinheiro. O recorde anterior ocorreu em 1935 na mesma região, quando mais de 11.000 moedas foram descobertas.
A história das moedas
Segundo os especialistas, as moedas celtas recentemente desenterradas do solo são provavelmente do século I a.C., e foram escondidas nas Ilhas do Canal ou Ilhas Anglo-Normandas, um grupo de ilhas situadas no canal da Mancha, ao largo da costa francesa.
O local era um refúgio comum para tribos que escapavam dos exércitos invasores romanos no que hoje é o norte da França. A história das moedas parece indicar que, conforme o exército de Júlio César se aproximou, uma tribo celta chamada Coriosolitae enterrou seu tesouro na esperança de voltar para pegá-lo mais tarde (o que só aconteceu dois mil anos depois).
“Todas as moedas são de prata e um tema comum é a imagem de um homem, ou a cabeça de um deus de um lado da moeda e um cavalo do outro”, disse Mahrer. “Elas estão cobertas de corrosão, porque a prata foi misturada com cobre e cobre corrói. Mas elas devem ficar de novo em bom estado”.
Na época em que o Império Romano invadiu e conquistou a ilha da Grã-Bretanha, o povo celta habitava esta região, vindos de diversos locais europeus entre os séculos II e III a.C.
Os personagens fictícios Asterix e Obelix não são tão distantes assim do que esse povo foi – relatos indicam que ambos os homens e as mulheres celtas usavam cabelos compridos, e os homens tinham também barba ou bigode.
As moedas celtas vêm de uma região hoje conhecida como Bretanha e Normandia, antes chamada pelos romanos de Armorica.
Entre os festivais religiosos importantes dos celtas, há Beltane (1 de maio), o início da estação quente, Lugnasad (1 de agosto), que comemorava o amadurecimento dos frutos, Imbolc (1 de fevereiro), quando as ovelhas começam a dar leite e Samhain (1 de novembro), um festival em que os espíritos poderiam passar entre os mundos – que acredita-se hoje foi incorporado na tradição do Halloween.
Quanto às atividades de lazer, peças de vidro foram encontradas em sepulturas celtas, sugerindo que eles jogavam jogos de tabuleiro. As crianças também podem ter praticado suas habilidades no estilingue, arma comum na Idade do Ferro.
A cultura desse povo – que se alimentava de pão, cerveja e mingau em vasilhames feitos de chifres, construía casas com telhado de palha ou urze, adorava deuses pagãos e aceitava a poligamia – foi se destruindo aos poucos com as invasões romanas.
Essas ocorreram principalmente no primeiro século a.C., atormentando os assentamentos da Idade do Ferro. Enquanto as tropas de Júlio César avançavam para o norte da Gália, Coriosolitae, a tribo celta que enterrou o tesouro em moeda, foi forçada a sair de seu próprio território.
Gália – que cobria a moderna França e partes dos países circundantes – finalmente caiu aos pés dos romanos em 51 a.C. [DailyMail, SuaPesquisa, Wikipedia]
9 comentários
Apesar de ser uma obra de ficção,Daniel, houve um grande trabalho de pesquisa da autora sobre a cultura celta e as lendas arthurianas para compor a trama.
Uauu…Quelle tesouro. Umazinha dessas me traria alegria. 🙂
só queria umazinha pra minha coleção…umazinha.
Uma boa dica para quem quiser saber mais sobre a cultura celta é o livro AS BRUMAS DE AVALON de Marion Zimmer Bradley.
Obrigada pela dica, Dinho01.
Este livro tem base em documentos históricos?
Dinho, As Brumas de Avalon remontam a um tempo historicamente posterior ao dessas tribos, quando os celtas já haviam sido romanizados fazia tempo, e havia todos os conflitos com o cristianismo. Posteriormente a autora escreveu uma série de outros livros que ficaram bem menos famosos que corresponderiam a muitas outras epocas da historia da Bretanha, narrando estorias que seriam dos ancestrais de Morgana e Arthur, desde uma ascendencia mitica vinda de Atlantida.
Os livros da Marion que representariam melhor essa época do inicio da era cristã em que os romanos começam a invadir a Galia e a Bretanha são A casa da floresta e os postumos Os Corvos e A espada de Avalon, escritos por sua colaboradora Diana Paxson
Adorei o post. Parabéns, Natasha!