Núcleo de átomo: pesquisadores descobrem um em formato de pera

Por , em 14.05.2013

Se pedirem para que você faça o desenho do núcleo de um átomo, qual a forma que ele teria? Possivelmente esférico ou ovalado, certo? Pois agora você pode acrescentar mais um formato a sua lista. Cientistas da Universidade de Liverpool, da Inglaterra, descobriam um núcleo de átomo que possui o formato de pera.

Núcleo de átomo em formato bizarro!

Para chegarem ao resultado, os líderes da pesquisa, Liam Gaffney e Peter Butler, utilizaram um acelerador de partículas chamado REX-ISOLDE, do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, na Suíça, e mediram os padrões de radiação eletromagnética.

Eles descobriram também que este formato de núcleo só ocorre em átomos pesados e instáveis, como o de alguns elementos radioativos. Na pesquisa, os cientistas utilizaram os isótopos de radônio-220 e de rádio-224, que foram acelerados até chegarem a aproximadamente 10% da velocidade da luz.

Os núcleos pesados passam então muito perto do núcleo de cádmio, níquel e estanho, que dão um impulso eletromagnético para os núcleos de rádio e de radônio. Esse choque provoca vibrações e giros no rádio e radônio e, conforme eles se estabelecem, emitem raios gama.

As intensidades de raios gama “nos diz quão provável é agitar os estados quânticos no núcleo, e que a probabilidade está diretamente relacionada com a distribuição de carga no núcleo”, ressaltou o cientista.

A distribuição da carga positiva no núcleo revelou os núcleos foram assimétricas. Ao fazer uma análise mais aprofundada dos raios-gama, eles poderiam recriar as formas nucleares.

Nova física?

As descobertas podem ajudar os cientistas na busca da física além do modelo padrão, disse Witold Nazarewicz, físico nuclear teórico da Universidade de Tennessee-Knoxville e do Laboratório Nacio Oak, que não esteve envolvido no estudo.

Especificamente, o núcleo em forma de pera poderia fornecer um bom lugar para procurar um momento de dipolo elétrico, ou uma distribuição assimétrica de carga positiva e negativa dentro de nêutrons. Um momento de dipolo elétrico seria uma maneira de testar as teorias de extensão ao modelo padrão da física, como a supersimetria, o que poderia ajudar a explicar porque há mais matéria do que antimatéria no universo.

“Há fortes sugestões teóricas de que, em núcleos com o formato de pera, o momento de dipolo elétrico seja muito grande. Estes sistemas são bons terrenos na busca para pesquisas futura deste momento de dipolo elétrico”, finalizou Nazarewicz.
[LiveScience]

2 comentários

  • grasisuperstar:

    Li duas vezes pra entender alguma coisa…vou pesquisar esse Witold Nazarewicz depois leio a matéria de novo porque achei muito interessante….

  • Falcone Big:

    A Apple não curtiu isso.

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